Sintomas e sinais de gravidez antes do atraso menstrual

Os sintomas do início da gestação podem ser confundidos com a tensão pré menstrual
Por Carla Leonelatualizado em 06/03/2019

Como saber se estou grávida antes do atraso menstrual? Quais os sinais e sintomas que podem indicar gravidez?
Se você está lendo este artigo, ou está muito ansiosa para saber se já conseguiu engravidar ou com medo de uma gravidez indesejada. Nós vamos te ajudar a descobrir.

Independente do seu caso particular, os sintomas da gravidez, tal como os sintomas menstruais, pode se manifestar com intensidade e variação diferente de uma mulher para outra. O fato de sua amiga ter ficado grávida e não sentir sintomas, não significa que você não possa senti-lo, ou até mesmo eles surgirem antes da falha menstrual. Confira os principais sinais que podem sugerir o início de uma gestação:

1. Instabilidade emocional

• Os primeiros sinais e sintomas de uma gravidez podem ser parecidos com aqueles sentidos antes da chegada da menstruação, a famosa TPM (tensão pré-menstrual).

• Na gestação, este sintoma é motivado pelo hormônio HCG (a produção inicia antes da falha menstrual) que tem a função de manter o corpo lúteo (óvulo) no útero após a fecundação.

• Portanto, o HCG é um hormônio exclusivo da gravidez e sua produção acontece no momento que o óvulo é implantado no endométrio. O HCG também aumenta a produção de progesterona e estrogênio no corpo da mulher.

• Você pode perceber, que as alterações de humor confundidas com a TPM são causadas pelos mesmos hormônios que regulam o ciclo menstrual da mulher (progesterona e estrogênio), porém em quantidade muito mais elevada. Ou seja, se você não têm tendencia a sofrer de TPM, há uma grande chance desta instabilidade ser pelo HCG = gravidez!

Sobre o estrogênio e a progesterona: são os principais hormônios que o corpo da mulher produz durante a gravidez. São eles também, que na puberdade, regulam o ciclo menstrual e o desenvolvimento das características do sexo feminino.

No início da gravidez, os níveis desses hormônios aumentam de semana a semana, e é esse aumento que interrompe o ciclo menstrual e promove o crescimento da placenta. O estrogênio e a progesterona também auxiliam na formação do revestimento do útero, aumentando o fluxo sanguíneo na área da pélvis e dos peitos e relaxando os músculos uterinos. São eles também, os responsáveis pelas intensas emoções que você talvez experimente durante a gravidez.

Depois que o bebê nasce, os níveis desses hormônios caem, o que pode levar algumas mulheres à depressão pós-parto.

2. Sensibilidade nas mamas

• De novo a culpa é da ação hormonal do estrogênio e da progesterona, que além de tornar os seios mais sensíveis e inchados, podem ficar bastante dolorido e sensível ao toque.

• A progesterona complementa os efeitos do estrogênio sobre as mamas. Faz com que os elementos glandulares fiquem ainda maiores e formem o epitélio secretor, já iniciando o preparo da mama para a amamentação.

• Do início da gravidez até a 12 semana, esses hormônios estão em quantidades extremamente elevadas: níveis 10 vezes maior de progesterona, e 30 vezes maior de estrogênio.

• A ação do estrogênio e da progesterona é fundamental para garantir a manutenção da gravidez nesta fase, quando então, a partir do segundo trimestre da gestação, retomam aos níveis normais.

• Este é mais um dos sintomas sentido por algumas mulheres antes de menstruar, e que podem se tornar mais intensos ou mesmo surgir em quem não costuma sentir, como sinal de gravidez.

3. Cólicas e inchaço na barriga

• Outro sintoma parecido com a chegada da menstruação. Como o óvulo está sendo fecundado dentro do útero, ocorre um aumento do fluxo sanguíneo. Todos esses fatores associados à ação dos hormônios para manter a gravidez e, principalmente, a progesterona (que causa inchaço), pode ser confundido com cólicas de origem menstrual.

Não deixe de ler outro artigo muito interessante: Causas e tratamento para cólica menstrual

4. Menstruação mais curta: algumas vezes pequenos escape de sangue pode ser confundido com a menstruação e você poderá estar grávida sem sequer ter imaginado! Leia o artigo: Menstruei e mesmo assim estou grávida?

Função da progesterona e do estrogênio no decorrer da gravidez:

Progesterona

• Relaxa a musculatura lisa, o que diminui a contração uterina, para não ter a expulsão do feto.

• Aumenta o endométrio, pois se o endométrio não estiver bem desenvolvido, poderá ocorrer um aborto natural ou o blastocisto se implantar fora do endométrio. Leia Causas do aborto

• A progesterona é importante para o equilíbrio hidro-eletrolítico, além de estimular o centro respiratório no cérebro, fazendo com que aumente a ventilação, e consequentemente, promovendo o envio de oxigênio para o feto. Complementa os efeitos do estrogênio nas mamas, para o crescimento dos elementos glandulares, o desenvolvimento do epitélio secretor e a deposição de nutrientes nas células glandulares, de modo que, quando a produção de leite for solicitada ele já esteja presente.

Estrogênio

• Promove rápida proliferação da musculatura uterina.

• Ajuda no desenvolvimento do sistema vascular do útero.

• É ele o responsável pelo aumento dos órgãos sexuais externos e da abertura vaginal, proporcionando uma via mais ampla para o parto.

• O rápido aumento das mamas também sofre influência do estrogênio.

• Contribui também para a manutenção hídrica e aumenta a circulação. Dividido em estradiol e estrona (que estão na corrente materna); e estriol (que está na corrente fetal): é medido para avaliar a função feto-placentária e o bem estar fetal.

Quais os sintomas da gravidez?

O primeiro, sem dúvida, é o atraso menstrual. Mas até este sintoma não é garantia de gravidez. Muitas situações podem atrasar a menstruação sem significar uma gravidez. O ciclo menstrual pode variar de 21 até 35 dias e diversas situações podem provocar o atraso ou falta de menstruação. Para saber as principais causas, leia o artigo: Causas do atraso menstrual

Vamos aos próximos sintomas:

• Sensibilidade nas mamas,

• Aumento ou inchaço no peito,

• Enjoo e/ou vômitos,

• Azia,

• Inchaço na barriga,

• Cansaço e sono excessivo,

• Dor de cabeça: é provocada pelo aumento da circulação sanguínea na região da cabeça. Não utilize medicamentos vasodilatadores, usados para o tratamento de enxaquecas. Consulte seu médico para orientação medicamentosa.

• Aversão a cheiros,

• Intestino preso: a digestão fica mais lenta o que favorece a prisão de ventre. Leia o artigo: Dicas para evitar e aliviar a prisão de ventre

• Aumento da frequência da urina: no início da gestação é devido as alterações hormonais. A partir do 2º trimestre é causada pela compressão do útero na bexiga.

• Gases: ocorre por consequência da prisão de ventre que deixa os alimentos parados no intestino por mais tempo. Leia: Excesso de gases intestinais: causas e tratamento

• Dor lombar,

• Alteração do apetite,

• Mudança de paladar,

• Sensibilidade aflorada,

• Instabilidade emocional,

• Vontade de chorar sem causa aparente,

• Tontura: é consequência da queda da pressão arterial e considerado um sintoma positivo.

No início da gravidez, quais alterações acontece no corpo da gestante?

Durante o primeiro trimestre da gravidez ocorrem várias alterações no corpo da mulher grávida. O metabolismo aumenta entre 10 a 25% para se adaptar as exigências de uma nova vida que está sendo formada dentro de seu útero. O rimo cardíaco e respiratório fica mais acelerado para suprir as necessidades de oxigênio que deve ser levado ao feto. As veias tendem a se tornar mais saltadas e os seios já começam a se modificar, alterando a cor e o formato da auréola.

A partir de quanto tempo já é possível enxergar ou ouvir o feto na barriga através dos exames?

• O saco gestacional só é possível visualizar após a 4 ou 5 semana gestacional por ultrassonografia transvaginal, e as atividades cardíacas apenas depois de 6 semanas.

• Para você conseguir sentir seu bebê também terá que esperar. A percepção dos movimentos fetais só é sentida entre a 18 e 20 semana de gestação.

Conteúdo exclusivo do livro e site Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel). Médico responsável: Ginecologista e obstetra Prof. Dr. Thomaz Gollop

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