Gravidez e infertilidade na Síndrome dos Ovários Policísticos

Gravidez e infertilidade na Síndrome dos Ovários Policísticos

O que é a Síndrome dos Ovários Policísticos?
É um desequilíbrio hormonal caracterizado, principalmente, pelo aumento da produção dos hormônios masculinos, que leva a formação de cistos no ovário e interferem no processo normal da ovulação.A portadora da síndrome ovula com menor frequência e tem ciclos, em geral, irregulares.

Mulheres com ovário policístico conseguem engravidar?

Mulheres com Síndrome dos Ovários Policístico apresentam uma subfertilidade, ou seja, tem maior dificuldade para engravidar espontaneamente, o que não significa que a gravidez não possa ocorrer. Para as portadoras dessa síndrome, o período fértil não acontece todos os meses por um desequilíbrio hormonal.

Alguns ciclos podem não ocorrer (caracterizado pela irregularidade da menstruação) e outros apresentarem-se sem a ocorrência de ovulação (o óvulo não amadurece). Nesse caso, o óvulo não é liberado pelo ovário e se transforma em um pequeno cisto. Uma sucessão de ciclos sem a liberação do óvulo faz com que esses cistos se acumulem no ovário.

O acúmulo de cistos pode impedir que durante um ciclo normal, o óvulo não consiga amadurecer e eclodir para fora do ovário, caracterizando aí a dificuldade para que a gravidez espontânea ocorra. Por isso, mulheres jovens, mesmo sendo portadoras de ovário policístico, tem maior facilidade com a gravidez espontânea, pois este acúmulo de cistos não ocupa ainda um espaço grande que impeça que o óvulo do ciclo normal amadureça e liberte-se para fora do ovário (veja na ilustração).

Quais os sintomas da Síndrome dos Ovários Policísticos?

Ciclos menstruais irregulares costuma ser um dos sinais que a mulher possa estar com a síndrome dos ovários policísticos. Mulheres com ovário policístico, normalmente menstruam apenas 3 a 4 vezes ao ano. O excesso de hormônios masculino é outro sinal de ovários policísticos. Normalmente, esta condição gera os seguintes sintomas:

• Crescimento excessivo de pelos, principalmente nas regiões do baixo ventre, buço, queixo e até mesmo nos seios;

• Queda de cabelo;

• Oleosidade na pele com aparecimento de cravos e espinhas;

• Aumento de peso;

• Manchas na pele, principalmente nas axilas e atrás do pescoço;

Que fatores provocam a Síndrome dos Ovários Policístico?

A origem é desconhecida apesar de existir um componente genético. Filhas ou irmãs de portadora do distúrbio tem 50% de chance de desenvolvê-la e costuma se manifestar na puberdade.

Acredita-se também que a síndrome esteja relacionada com o excesso de produção de insulina no organismo, favorecendo, nesses casos, o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, do diabetes tipo 2 e obesidade.

Estima-se que uma em cada cinco mulheres em fase da vida reprodutiva são portadoras da Síndrome dos Ovários Policísticos.

Que exames confirmam o diagnóstico da Síndrome dos Ovários Policísticos?

Normalmente a paciente chega no consultório médico com queixas de irregularidade do ciclo menstrual e apresenta sintomas como excesso de pelos e acne. Os exames que confirmam o diagnóstico são:

• Dosagem dos hormônios luteinizante (LH) e folículo estimulante (FSH): responsáveis pelo amadurecimento dos folículos que contém os óvulos;

• Estradiol: hormônio feminino produzido pelos folículos ovarianos;

• TSH: hormônio da tireoide;

• Hormônios SDHE e Testosterona total: hormônio masculino;

• Prolactina: hormônio que estimula a produção de leite e a ausência de menstruação;

• 17-OH progesterona: entre o 2º e 3º dias do ciclo menstrual;

• Curva de insulina associada à curva de glicemia;

• Ultrassom pélvico.

Tratamento

É uma síndrome que pode ser controlada por medicamentos. Estes variam de acordo com os sintomas da paciente e suas complicações. Normalmente, indicam-se anticoncepcionais hormonais como pílulas, anéis vaginais ou implantes que protegem os ovários contra a formação dos microcistos e diminuem os níveis de hormônios masculinos e de insulina. Mulheres que planejam engravidar também devem utilizar anticoncepcionais hormonais, em um primeiro momento do tratamento, para regularizar a menstruação. Leia o artigo complementar:Riscos e benefícios da pílula anticoncepcional

A suspensão do anticoncepcional depois da regularização dos ciclos menstruais aumenta a chance de ovulação e gravidez. Outra forma de intervenção para aumentar as chances de gravidez são os produtos indutores da ovulação. Quando a portadora da síndrome apresenta altos níveis de insulina os médicos usam medicamentos específicos para reduzir a produção dessa substância. Na presença de gravidez, tais medicamentos podem ser usados até a 36ª semana de gestação.

Ter cisto no ovário é o mesmo que ter a síndrome dos ovários policísticos?

Não. Na síndrome existem vários cistos e de tamanhos pequenos, não ultrapassando meio centímetro de diâmetro. O cisto no ovário é caracterizado pela existência de apenas um cisto e é bem maior, medindo entre 3 a 10 cm. Neste caso, o cisto é originado de uma alteração no controle da função ovariana causada por um problema na hipófise ou hipotálamo e não tem relação com as causas da Síndrome dos Ovários Policísticos.

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Fonte: Site Medicina Mitos e Verdades e Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo.