Fatores de riscos para as doenças cardíacas

Fatores de riscos para as doenças cardíacas

Quais os principais fatores de riscos para as doenças cardíacas? A Organização Mundial da saúde (OMS) adverte: as doenças cardíacas estão entre as principais causa de mortes no mundo, atingindo cerca de 18 milhões de pessoas por ano. Segundo o cardiologista Prof. Dr. Bernardino Tranchesi Jr., um dos grandes problemas das doenças coronarianas, é podem não apresentar sintomas por um longo período. Por isso, as avaliações cardiológicas periódicas são importantes e necessárias. Aconselha-se uma avaliação anual, a partir dos 30 anos de idade, para quem não tem sintomas, nem fatores de risco, inclusive as mulheres. Dependendo da idade, do sexo e dos fatores de riscos, esse intervalo deve ser revisto.

FATORES DE RISCO

Colesterol e triglicérides elevados causa a aterosclerose, doença que atinge as artérias coronárias pelo depósito de gordura no seu interior. Esta patologia, além de provocar o endurecimento das artérias, diminui o fluxo sanguíneo para o coração. Trata-se de uma doença lenta e progressiva, e que não apresenta sintomas no início. Em alguns casos pode surgir a angina (dor no peito). Em estágios avançados leva ao infarto e até a morte súbita.

As mudanças no estilo de vida e na alimentação são a primeira linha de defesa contra o colesterol e triglicérides elevados. A redução do peso, e a menor ingestão de gordura saturada e trans, desempenham um papel importante neste contexto. Mantenha uma alimentação balanceada, inserindo vegetais, folhas, legumes, sementes, cereais e frutas a sua dieta. Evite as frituras e o consumo exagerado de alimentos industrializados. Coma alimentos enriquecidos com fibras. Restrinja a ingestão de bebidas alcoólicas. Se for beber, dê preferência ao vinho tinto e de forma moderada. Não fume em hipótese nenhuma.

Obesidade- leia o artigo

Obesidade grave é quando a medida da circunferência do abdome (na altura da cintura) tem valores acima de 100 cm (1 metro) para homens, ou de 90 cm para mulheres.Hoje é sabido que a gordura "visceral" (localizada nos órgãos internos do abdome e nos vasos) é uma perigosa vilã, sendo causa de doenças cardíacas, derrame cerebral, hipertensão arterial, diabetes, entre outras doenças. O abdome proeminente é que sinaliza este tipo de obesidade mais patológica (propensa a doenças), diferente se comparada a pessoas com aumento de gordura nos quadris.

Sedentarismo

Pessoas acima do peso, normalmente não realizam atividades físicas rotineiras, são sedentárias, o que se constitui em mais um fator de risco para as doenças do coração.

Movimente-se: a prática regular de exercícios físicos em conjunto com uma dieta balanceada são os componentes chave para uma vida mais saudável. Evite o sedentarismo, independente de você ser magro ou gordo: trinta minutos de caminhada, pelo menos três vezes por semana, já é benéfico para o sistema cardiovascular.

Mas atenção: as atividades físicas mais elaboradas devem ser iniciadas somente após uma avaliação médica criteriosa. Os esforços físicos acima da capacidade individual são, igualmente, prejudiciais ao coração.

Pressão alta- leia o artigo

A hipertensão não tratada tem como principal sequela o coração. O músculo cardíaco cresce por precisar fazer mais força para mandar o sangue para o corpo, tornando-se hipertrofiado. Nessa situação, cria-se um contraste entre a massa e a circulação, condicionando a quadros de insuficiência circulatória.

Vale lembrar que o controle dos níveis de pressão por meio de medidas como, ingerir pouco sal, fazer exercícios físicos regularmente, manter o peso ideal e tomar medicamentos que consigam manter o indivíduo normotenso, afastam os riscos das consequências cardíacas, renais e cerebrais da hipertensão.

Diabetes - leia o artigo

Duas em cada três pessoas com diabetes morrem em função de problemas cardiovasculares ou derrame. O descontrole das altas taxas de glicose no sangue é um fator desencadeante de doenças sérias. O que agrava ainda mais o quadro é que grande parte dessas complicações, não apresentarem sintomas na fase inicial, o que faz com que o diabético negligencie o controle da glicemia.

As principais consequências do diabetes descompensado são vasculares. As alterações ateroscleróticas provocam uma diminuição da circulação sanguínea nos vasos de maior calibre caracterizado como macroangiopatia diabética. É a principal causa de morte (65 a 75%) dos pacientes diabéticos. No coração, leva ao infarto. E no cérebro, provoca o Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVC, conhecido popularmente e erroneamente como “derrame”).

A boa notícia é que o diabético bem controlado apresenta sobrevida comparável a de indivíduos não diabéticos. Manter os níveis de glicose estáveis no sangue é fundamental para prevenir as complicações decorrentes do diabetes.

Menopausa- leia o artigo

O estrógeno tem função vasodilatadora, evita o acúmulo do LDL (colesterol ruim) e facilita o HDL (colesterol bom). Na menopausa, o efeito protetor dos hormônios femininos apresenta progressiva queda, aumentando o risco de doenças cardíacas. Nesta fase de vida, estimativas indicam que a probabilidade da mulher morrer de infarto é 50% maior quando comparada aos homens. Um das explicações refere-se ao menor calibre das artérias do sexo feminino, o que faz com que a obstrução facilite o entupimento dessas artérias. E o infarto acontece, justamente, em decorrência da oclusão arterial (entupimento das artérias): sem receber o sangue, o músculo cardíaco não é irrigado, necrosa e morre. A gravidade do infarto (fatal ou não) depende do grau da oclusão arterial.

Antes dos 50 anos, o infarto atinge mais os homens. Após essa idade (ou equivalente à chegada da menopausa), a mulher torna-se mais vulnerável e a proporção entre os sexos, se iguala.

Outra causa das mortes por infarto atingirem mais mulheres é devido à negligência dos sintomas. Muitas não buscam ajuda médica por confundir o mal-estar, atribuindo, erroneamente, a uma crise de ansiedade.

Estresse

Os problemas emocionais crônicos e o estresse interferem de forma definitiva no sistema cardiovascular, aumentando a frequência cardíaca, a pressão arterial e, consequentemente, o trabalho do coração. Relaxe. Pratique esportes e se dê momentos de lazer.

Tabagismo - leia o artigo

O fumo provoca comprometimento circulatório pelos elementos tóxicos composto no cigarro. O tabagismo é fator de risco para hipertensão e aterosclerose. Fumantes tem risco três vezes maior de sofrer infarto. Mulheres fumantes tem o risco aumentado em 7% comparado aos homens. Pare de fumar.

Hereditariedade

As doenças que atingem o coração são multifatoriais, ou seja, envolve um conjunto de fatores de riscos. Existe uma propensão aumentada de problemas cardiovasculares em pessoas que tem histórico de doenças cardíacas na família, o que torna a hereditariedade mais um fator de risco.

Estudos científicos demonstram a influência no grau de parentesco e a maior incidência de doenças cardíacas relacionadas à hereditariedade, na seguinte proporção:

1. Pessoa com familiares em primeiro grau (pais, irmãos ou filhos) tem risco aumentado de desenvolver doenças cardíacas, comparado com avós e tios que sejam portadores do mesmo problema.

2. Quanto mais jovem o parente de primeiro grau desenvolveu a doença, assim como o número de familiares com doenças cardíacas, as chances de riscos aumentam proporcionalmente.

Resumindo: quanto mais fatores de riscos tiver a pessoa, acrescentando a incidência de casos de antecedentes familiares, maiores serão as chances de problemas cardíacos.

O cardiologista Prof. Dr. Bernardino Tranchesi, enfatiza que a sobrevida de um infarto depende do diagnóstico e tratamento precoce. Trata-se de uma doença traiçoeira, já que nem todos os pacientes apresentam sintomas. Vale alertar que tanto os pacientes diabéticos como os idosos, são mais propensos a não apresentar os sintomas do infarto. Nos idosos, deve-se a resposta diminuída dos neurotransmissores (natural do processo de envelhecimento), fazendo a dor passar desapercebida.

Quantos fatores de risco você se inclui? Verifique agora mesmo e marque uma consulta com o cardiologista. Comece a incluir hábitos saudáveis a sua rotina e cuide da sua saúde física e mental.

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Medicina Mitos e Verdades - Cardiologia: Prof. Dr. Bernardino Tranchesi Jr.