Reações da vacina contra gripe: Influenza

Reações da vacina contra gripe: Influenza

As reações da vacina Influenza são previsíveis e não se manifestam em todas as pessoas. Normalmente a vacina é bem tolerada e tem um perfil de segurança excelente já que são feitas com os vírus inativados, fracionados e purificados. Isso significa que ela não contem vírus vivos e, portanto, não há risco de contrair esta doença. Por isso, se você está com febre, não tome a vacina até ficar curado, apenas como medida preventiva e não atribuir à vacina as manifestações da própria doença que está manifestando essa febre.

Reações locais e previsíveis da vacina Influenza

• Dor, vermelhidão e nódulo no local da injeção ocorrem em 15 a 20% das pessoas. São benignas e curam espontaneamente em até 48 horas.

• No caso de abcessos (pus), são geralmente associados a infecções secundárias ou erro de imunização.

Reações no organismo - efeitos colaterais transitórios

• Da mesma forma que as reações locais, as possíveis reações no organismo também são benignas e autolimitadas.

• Febre, mal-estar e dor no corpo podem surgir de 6 a 12 horas após a vacinação e persistir por 1 a 2 dias. Normalmente, ocorre em pessoas que estão sendo vacinados contra a Influenza pela primeira vez.

• Pacientes asmáticos ou com sintomas respiratórios não tem seus sintomas agravados pela vacina.

Reações de hipersensibilidade (alergia e choque anafilático)

Reações anafiláticas são extremamente raras e pode estar associada a qualquer componente da vacina.

Quem corre este risco:

• Alérgicos ao ovo: pessoas que após a ingestão de ovo apresentam urticária ou qualquer sinal de anafilaxia (angiodema - reações que provocam inchaços internos graves, desconforto respiratório ou vômitos repetidos)

• Histórico de anafilaxia em doses anteriores a componentes da vacina.

• Nos casos de ocorrer a Síndrome de Guillain-Barré (SBG), no período de até 30 dias após o recebimento da dose da vacina é recomendável realizar avaliação médica sobre os riscos e benefícios da vacina antes da administração de uma nova dose.

E o que é a Síndrome de Guillain-Barré?

Também chamada de polirradiculoneurite, a Síndrome de Guillain-Barré é uma forma de neuropatia periférica, ou seja, um processo inflamatório dos nervos periféricos.

Dentre os sintomas mais importantes, podemos citar a fraqueza muscular: a pessoa não consegue andar ou ficar em pé. Esta doença progride de forma rápida, em geral de 2 a 3 dias. Mas o topo da piora também pode progredir de forma mais lenta, ocorrendo em até 4 semanas.

Nos casos graves, a fraqueza compromete a musculatura respiratória, sendo necessário o uso de respirador artificial para manter a pessoa viva.

Outros sintomas desta síndrome, apesar de mais raro, é a diminuição ou perda da sensibilidade, incoordenação ou sintomas relacionados ao sistema nervosos autônomo. Neste último, ocorre a perda do controle da pressão arterial, com quedas bruscas e intercaladas com a hipertensão, além da diminuição da movimentação gastrointestinal.

Como é desencadeada a Síndrome de Guillain-Barré?

A grande maioria dos pacientes adquire a síndrome de 2 a 3 semanas após uma forte gripe, ou por virose e infecção gastrointestinal (gastroenterocolite aguda). Também pode surgir após situações de estresse físico, desencadeado por cirurgias.

A Síndrome de Guillain-Barré é considerada uma doença autoimune?

Sim. Isso porque, esses fatores desencadeantes da síndrome podem fazer o sistema imunológico do paciente entrar em estado de alerta, e começar a produzir elementos de defesa contra essas agressões. Os tais elementos seriam os anticorpos, que são substâncias que o normal seria combater as bactérias e vírus no organismo. Porém, esta defesa passa a ser tão grande que agride o sistema nervoso periférico. Isso significa que ao invés de defender o corpo contra os agentes agressores, acaba agredindo o próprio organismo.

Reações neurológicas

É muito raro que a vacina possa desencadear o início da Síndrome de Guillain-Barré (SBG). Geralmente, os sintomas surgem entre o 1° e 21° dia, e no máximo até 6 semanas após a administração da vacina. Esta situação pode ocorrer em 1 caso por 1 milhão de doses administradas.

Entretanto, é importante dizer que o próprio vírus da Influenza pode desencadear a Síndrome de Guillain-Barré. Ou seja, o risco estimado de 1 a 2 casos por milhões de vacinados é menor do que a Influenza grave. A Síndrome de Guillain-Barré relacionada à Influenza (doença) foi 4 a 7 vezes mais frequente do que o desencadeamento da Síndrome associada à vacina Influenza.

É desconhecido até o momento se a Influenza pode aumentar o risco de recorrência da Síndrome de Guillain-Barré em pessoas com histórico anterior desta doença.

Em 2010 também foram relatados outras doenças, como alguns casos de narcolepsia, principalmente nos países nórdicos, relacionados temporalmente com a administração de um determinado tipo de cerpa da vacina Influenza A (H1N1) 2009. Até o presente momento, estes casos permanecem em estudos e ainda não existe uma conclusão efetiva a respeito da relação causal desta situação.

Narcolepsia é caracterizada por um sono diário e incontrolável no qual o paciente não consegue dominar. Os episódios de sono diurno podem ocorrer de 2 a 6 vezes por dia e duram cerca de 15 minutos. Caso a pessoa não seja acordada, ela pode dormir durante 1 hora e, inclusive, consegue se lembrar dos sonhos. Isso não afeta o sono noturno e, o portador de narcolepsia, dorme no horário e quantidade de sono normal.

Para fins de vigilância epidemiológica, a ocorrência coincidente de outras doenças neurológicas de natureza inflamatória ou desmielinizante, tais como encefalite aguda disseminada, neurite óptica e mielite transversa, no período entre 1 dia e 6 semanas após a aplicação da vacina, devem ser notificadas e investigadas. Veja abaixo:

A encefalomielite disseminada aguda é uma doença inflamatória desmielinizante e autolimitada do sistema nervoso central. É mais frequente em crianças, sendo estimada em 8 a 1 milhão de casos por ano nesta faixa etária. É raro em adultos. Apesar da causa ser desconhecida, a maior parte dos casos surge após doença infeciosa virótica ou após vacinação. Trata-se de uma doença autoimune que afeta a mielina.

Os sintomas são febre, dor de cabeça, estado mental alterado, podendo ocorrer déficits neurológicos, inflamação do nervo óptico seguido de perda de visão uni ou bilateral. Também pode comprometer a capacidade de coordenar os movimentos musculares. Inicialmente o diagnóstico pode ser confundido com o da esclerose múltipla. Com o tratamento correto é possível alcançar a cura em, no máximo, 6 meses. Pode haver sequelas como perda da visão, fraqueza, dificuldade cognitiva ou dormência (falta de sensibilidade).

A neurite óptica é a inflamação do nervo óptico que tem a função de levar a informação do olho até o cérebro. A inflamação provoca a desmielinização prejudicando a visão. O paciente apresenta baixa de visão em um olho ou defeito no campo visual. Também pode ocorrer do durante a movimentação do olhar. As causas são desconhecidas e pode surgir em pacientes com esclerose múltipla, infecções virais (varicela, caxumba, herpes, mononucleose) ou outras doenças inflamatórias ou infeciosas como a sífilis e a tuberculose. O tratamento é com corticoides e após alguns meses a visão volta ao normal.

Mielite transversa é uma inflamação que afeta a medula espinhal e bloqueia os impulsos nervosos. O paciente sente dor nas costas de forma súbita e um aperto em volta da área afetada, seguido por paralisia. Dependendo da demora do tratamento e da extensão da área acometida pode provocar invalidez. Dos pacientes afetados, 1/3 é curado e 2/3 ficam com sequelas.

Ressaltando que essas ocorrências são raríssimas e os casos de mortes e complicações por não tomar a vacina são bem mais frequentes. Portanto, não coloque sua vida em risco. Tome a vacina contra a gripe. Leia o artigo complementar: Em que casos a vacina Influenza não faz efeito?

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Fonte: Ministério da Saúde e Medicina Mitos e Verdades com a colaboração dos mais bem conceituados médicos do Brasil