Identifique o melanoma
Com as altas temperaturas do verão, a população fica mais exposta a doenças. Parques, praias e piscinas são os locais favoritos para quem quer se refrescar e aproveitar o verão. Porém, apenas uma volta no parque já merece cuidados com a pele. A alta exposição à luz ultravioleta A e B é o maior fator de risco de lesões na pele, e pessoas com predisposição genética e de determinadas etnias devem ficar mais atentas.
A ascendência e o tipo de pele podem mostrar se a pessoa tem mais probabilidade de desenvolver a doença. “Pessoas muito claras, com cabelos claros, olhos claros, portadoras de sardas e que se queimam com facilidade e dificilmente se bronzeiam são mais suscetíveis ao desenvolvimento do câncer de pele. Além disso, pessoas com muitas pintas (nevos) têm maior probabilidade de desenvolvimento de melanoma”, comenta o patologista Gilles Landman, membro da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) e professor do Departamento de Patologia da UNIFESP.
Há três tipos principais de câncer de pele: o mais comum, o carcinoma basocelular, corresponde aproximadamente a 71,4% dos tumores malignos da pele; o carcinoma espinocelular corresponde a 21,7% dos casos, e o melanoma representa 4% - apesar da menor incidência, este último é mais agressivo. Quando uma pinta (nevo) aumenta de tamanho, muda de cor, coça ou ulcera, deve-se procurar um dermatologista para ver se não é melanoma.
O melanoma é a forma mais fatal de câncer de pele, porque ele tende a se disseminar e atingir outros órgãos. Outros tipos de câncer de pele raramente se espalham para outras áreas que não a superfície da pele. Mas o melanoma, por ter essa capacidade de entrar em metástase, é o mais letal. Veja na ilustração, as células cancerosas invadindo os vasos sanguíneos e linfáticos. É desta forma que o câncer invade e ataca outros órgãos.
Pessoas com pele mais escuras e orientais deve-se ficar atento com as extremidades do corpo. “Sugere-se o exame cuidadoso da planta do pé e da palma da mão, à procura de manchas escuras, pois estas etnias têm mais propensão ao desenvolvimento de melanomas em extremidades, diferente das pessoas de pele branca”, comenta o patologista.
O fator genético também pode contribuir com o surgimento de lesões na pele. “Por outro lado, há famílias com propensão ao desenvolvimento de melanomas. Cerca de 10% dos pacientes diagnosticados com melanoma têm histórico familiar desse tipo de tumor. Nesses casos, é importante a avaliação com o especialista denominado oncogeneticista, que estabelecerá se é mesmo câncer hereditário e qual a probabilidade de desenvolvimento da doença”, diz Landman.
Dados - O câncer de pele é o tipo mais comum entre os brasileiros. Para 2014 estão previstos 182 mil novos casos do câncer de pele não melanoma, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).De acordo comestudo americano publicado na Archives of Dermatology, os pacientes com melanoma possuem 28% maior risco de desenvolver outros tipos de câncer, como mama e próstata.Foram coletadasinformações de 89 mil pessoas durante 33 anos, entre 1973 e 2006.
Leia também: sol e manchas na pele
Palavras em azul são links que te direcionam ao assunto descrito. Clique nelas para ler. Encontre os artigos de sua preferência, separados por especialidades médicas.
Todos os direitos reservados. Proibida reprodução total ou parcial deste artigo e/ou imagem sem citar a fonte com o link ativo. Direitos autorais protegidos pela lei.