O que provoca o ronco?
O ronco chamado primário, ou seja, acompanhado por esforço respiratório leve sem apneia, não tem grande consequência para a saúde sendo, principalmente, um problema social. Atinge cerca de 40% da população masculina adulta e 35% da feminina. Pessoas que dormem de barriga para cima tem mais chance de roncar pois, a língua durante o sono fica flácida, pesa e acaba por se deslocar para trás, obstruindo, desta forma, a passagem de ar. Curiosamente, foi o incomodo causado pelo ronco que motivou o invento do travesseiro para dormir. A esperança era que com o travesseiro, a posição do pescoço ficasse em uma posição mais elevada evitando, desta forma, que a língua se deslizasse para o céu da boca. Parece que não deu muito certo. Quem ronca, ronca, com ou sem travesseiro.
Incômodos à parte, o ronco passa a ser um problema importante quando está associado à apneia obstrutiva, que provoca a interrupção total do fluxo de oxigênio através do nariz ou boca, a partir de uma frequência de 5 a 10 vezes por hora, com duração igual ou maior a 10 segundos. O ronco pode ser causado por fatores isolados ou associados. O Prof. Dr. Laércio M. Cruz, autor do capítulo de otorrinolaringologia do livro Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel), lista abaixo as principais causas do ronco:
• Alterações do aparelho respiratório, como a rinite alérgica ;
• Adenoide ;
• Comprimento excessivo do céu da boca e úvula;
• Problema na mandíbula;
• Idade avançada: a redução da força da musculatura do palato, língua e faringe obstrui à s vias aérea durante a fase inspiratória da respiração;
• Alguns antidepressivos;
• Bebidas alcoólicas: o excesso de álcool relaxa a musculatura deixando portanto, não só a língua mais mole, como também as paredes da faringe, o que atrapalha o fluxo de ar;
• Tabagismo: a fumaça inalada provoca irritação da faringe, tornando-as mais inchadas e consequentemente, diminuindo a passagem do ar;
• Comidas pesadas.
Afastados os conhecidos vilões citados acima (álcool, comida e fumo), a manutenção do peso, a prática de exercícios físicos e o controle desses eventuais problemas respiratórios costumam apresentar melhora no ronco. As causas que envolvem alterações respiratórias obstrutivas tais como, desvio do septo, aumento das amígdalas ou adenoides, nem sempre podem ser controlados apenas com tratamento clínico. Nesses casos, a cirurgia de correção desses fatores pode ajudar, principalmente, se for diagnosticada a apneia obstrutiva conjunta. A apneia provoca repercussões graves no organismo, desde alterações neuropsicológicas, até hipoxemia noturna (hipertensão arterial) e comprometimento cardiovasculares.
Verifique se o ronco é isolado ou está associado à apneia: é indicativo de apneia quando o ronco tem uma súbita interrupção de segundos e retorna com maior intensidade. Isso demonstra que teve a interrupção da respiração seguida de grande força para abrir as vias aéreas. Neste caso, procure orientação médica com urgência.
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Conteúdo do livro Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel). Perguntas e Respostas em 22 especialidades médicas. Capítulo de Otorrinolaringologia. Médico responsável Prof. Dr. Oswaldo L. Mendonça Cruz (MD Affiliate Professor. Division of Otology&Neurotology. Departamento de Otorrinolaringologia Universidade Federal de São Paulo - Brasil).
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