Causas da dor de garganta: Antibióticos e tratamento
Quais as possíveis causas da dor de garganta?
A dor de garganta é causada por irritação ou inflamação. Pode ser de origem viral, alérgica, bacteriana ou mesmo devido a lesões como no caso de pessoas com refluxo gastroesofágico. O ácido do estômago que retorna para o esôfago, sobe para a faringe provocando lesão.
Também nem sempre a dor de garganta é consequência de amigdalite, faringite ou laringite bacteriana. Aliás, são mais frequentes as inflamações de origem viral, ligadas aos chamados resfriados ou gripes, do que as infecções bacterianas.
Quando se trata de uma infecção por vírus, o quadro é mais ameno, caracterizado por febre de menor intensidade, embora, às vezes, acompanhado de uma dor muito incômoda. Normalmente, é um processo autolimitado, dura entre 5 e 8 dias e desaparece sem a necessidade de medicamentos específicos. No máximo indica-se analgésico para alívio da dor.
Já na mononucleose infecciosa (conhecida popularmente com a doença do beijo), a dor de garganta é intensa e apesar do aumento dos gânglios do pescoço sugerir uma infecção bacteriana é uma doença causada pelo vírus Epstein-Barr e tratada com anti-inflamatório. A dor de garganta, nesse caso, costuma ter duração mais prolongada, geralmente algumas semanas. Se houver erro de diagnóstico e o médico indicar o uso de antibiótico (principalmente amoxicilina) em paciente com mononucleose, como efeito colateral a pessoa desenvolve rash cutâneo (manchas avermelhadas pelo corpo).
A inflamação da tireoide (tireoidite) também é causada por vírus e provoca além da dor de garganta, muita dificuldade para engolir. Entretanto, na verdade, o que dói é a glândula da tireoide e o paciente acaba confundindo, achando que é dor de garganta. Portanto, toda dor de garganta que persistir por mais de uma semana é fundamental investigar a causa.
No caso das infecções por bactérias, é necessário antibiótico para diminuir a intensidade do quadro: controlar a febre, evitar complicações como abscessos (formação de lojas com pus) e reduzir a duração do quadro.
O seu médico poderá diferenciar entre infecção viral ou bacteriana e orientar quanto à necessidade do uso de antibiótico, prescrevendo o tipo mais adequado para o caso e indicando a dosagem. Normalmente, após 48 horas a febre cede e o paciente já se sente melhor.
Deve-se sempre evitar excesso no uso desses medicamentos, sendo desaconselhável a automedicação ou o uso de um remédio que foi bom para alguma pessoa conhecida.
O antibiótico alivia a dor de garganta?
Oantibiótico é um medicamento que atua apenas contra a bactéria e não alivia a dor no início da infecção. Para a dor é necessário fazer uso de analgésico.
Da mesma forma, o antibiótico também não surte efeito para os processos inflamatórios virais (vírus é vírus e bactéria é bactéria).
Usar antibióticos indiscriminadamente pode torná-los sem ação diante de uma infecção mais severa.
Também não pode parar o antibiótico antes do tempo determinado pelo médico mesmo que o paciente se sentia melhor.Nesse caso, o fato de você se sentir bem não significa que todas as bactérias já foram eliminadas. Sendo assim, as bactérias restantes começam a se multiplicar e além do antibiótico utilizado se tornar resistente, os riscos de complicações são maiores.
Quando a dor de garganta estiver associada a um quadro de tosse, medidas naturais podem ser adotadas como, por exemplo, o aquecimento do pescoço ou o resfriamento da garganta com pastilhas de menta, que promovem uma diminuição relativa do reflexo da tosse e proporcionam uma sensação agradável que diminui a irritação da garganta. Porém, é importante esclarecer que apesar da sensação momentânea de alívio, não exerce ação efetiva sobre os mecanismos que desencadearam a tosse ou a irritação local.
O mel, isoladamente ou em associação com própolis, também pode ser empregado para alívio da irritação de garganta ou tosse. Mas, até onde sabemos, ele também não age diretamente sobre a inflamação ou infecção.Ocorre apenas uma sensação de alívio pela lubrificação que proporciona à mucosa da garganta. Quando ingerido junto com bebidas quentes, o calor e a lubrificação também proporcionam esta sensação de alívio. Entretanto, o mel precisa ser de boa procedência e poderá, nesse caso, ser empregado puro (1 a 2 colheres de sobremesa) ou dissolvido em chá ou leite quente.
Conteúdo do livro MEDICINA - MITOS & VERDADES (Carla Leonel) Capítulo de otorrinolaringologia.
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