Cheiro ruim dos gases intestinais: saiba como evitar
Vamos direto ao assunto?
Por que o "pum" cheira mau?
O cheiro depende do que você come. A grande vilã é a alimentação, uma das maiores responsáveis pela exaltação do sulfeto de hidrogênio (leia-se, pum fedido) e, acredite, o sulfeto representa apenas 1% da composição dos gases intestinais. O restante é constituído basicamente por dióxido de carbono, nitrogênio e metano (deste último, falaremos mais adiante: prepare-se para se surpreender).
Os gases que surgem após a decomposição de alimentos com enxofre, por exemplo, cheiram muito mal. Porém, muitos alimentos saudáveis estão lotados de enxofre, como o feijão, ovo, carnes, lentilha, ervilha, brócolis e a couve flor, por exemplo. Portanto, estes alimentos não devem ser excluídos totalmente da dieta.
É normal eliminar cera de 20 puns por dia e isto não significa qualquer problema. Faz parte do movimento do organismo. Se não existe cheiro ou o odor é discreto, fique tranquilo.
O cheiro ruim dos flatos é apenas pela alimentação ou pode estar relacionado a doença?
Dores, inchaço, agravamento dos odores ao final do dia e caso persista por mais de 2 dias, merece investigação. Pode significar desde intolerância alimentar até sinal de infecção intestinal. Entre elas podemos citar a doença celíaca ou síndrome do intestino irritável. Observe também se nesses dias sua alimentação foi constituída com grande quantidade de enxofre. Clique no link e conheça as doenças que causam prisão de ventre
Alimentos de origem animal que contém enxofre:
• Carnes;
• Leite e derivados;
• Ovos;
• Peixes.
Confira mais algumas frutas, verduras e temperos que são ricos em enxofre:
• Alho;
• Amêndoa;
• Aveia;
• Cebola;
• Couve;
• Couve-flor;
• Castanhas;
• Feijão;
• Lentilha;
• Trigo.
IMPORTANTE: Se você sofre com prisão de ventre fatalmente terá puns mais fedidos. Isso porque a passagem do alimento através das vias gastrointestinais fica mais lenta, aumentando a fermentação. Por isso, você deve consumir alimentos ricos em fibras e beber bastante líquido. Clique no link azul e siga as orientações para evitar o intestino preso
Veja abaixo como eliminar o mau cheiro dos gases intestinais
1. A forma de cozinhar alimentos com alto teor de enxofre
Não tampe a panela quando for cozinhar alimentos ricos em enxofre. A panela destampada permite maior liberação desse mineral. O enxofre é muito importante para a saúde, possui funções energéticas, antioxidantes, além de ser fundamental para a pele, ossos e músculos. Não deixe de consumir alimentos com enxofre. Consuma com moderação.
Se você também apresenta excesso de flatulências, peça orientação ao nutricionista para uma refeição equilibrada e que não traga desconfortos. Muitos flatos e ainda com mau cheiro, aumenta o constrangimento e nós entendemos seu problema. No nosso artigo com as dicas para evitar o excesso de gases intestinais você saberá como se livrar desta situação totalmente desconfortável. Clique no link azul e leia o artigo para evitar o excesso de flatos.
2. Dica para evitar os gases após o consumo do feijão
Deixe o feijão cru de molho na água de 4 a 5 horas antes de cozinhar (ou mesmo durante a noite). Isso ajudará a remover alguns dos carboidratos solúveis em água e que causam o excesso de gases. A água do molho deve ser substituída três vezes, sendo que a última servirá para cozinhar o feijão utilizando fogo lento.
Por que algumas vezes os gases intestinais podem ser sentido por todo ambiente e outras o pum é silencioso e passa desapercebido?
A composição dos gases intestinais varia bastante, e vão desde a reação entre ácidos produzidos no estômago, os fluídos do intestino, até a ação das bactérias que produzem metano. Lembra lá em cima que falamos do metano? Pois é! Saiba que este tipo de gás é altamente inflamável, além de subir rapidamente. Comparado com o dióxido de carbono, ele tem potencial 21 vezes maior de causar o efeito estufa! É uma “verdadeira” bomba no corpo humano. Ou seja, não é mito dizer que é possível acender o fogo com o pum. Se esses gases tiver quantidade suficiente de metano, é perfeitamente possível.
O metano, no organismo, surge pelo resultado da fermentação de alimentos em contato com bactérias no intestino. As bactérias conseguem produzir tanto hidrogênio, como metano. Consegue entender agora o por quê alguns puns são discretos e outros barulhentos e impossíveis de disfarçar? A única vantagem do metano é que ele não possui cheiro. Para ocorrer o mau odor é necessário a integração do sulfeto de hidrogênio.
Agora pare e imagine o "desastre" de uma alimentação que favoreça o metano e o sulfeto de hidrogênio!!
Existe relação com o excesso dos gases e o mau odor? É possível ter gases intestinais sem cheiro ou pouco gases com cheiro ruim?
Sim. Normalmente, o gás proveniente da fermentação de vegetais tende a ser sem cheiro, enquanto que os resultantes da digestão de carnes podem ser mal cheirosos (mesmo que a carne não produza aumento de gases). Em uma recente pesquisa foi revelado que a cisteina (aminoácido encontrado em alimentos ricos em proteína), tem o potencial de aumentar em até 7 vezes a quantidade do sulfeto de hidrogênio (lembra dele? O causador do mau cheiro!). Entre os alimentos que entraram para este time estão as carne e o ovo.
• Dica: ao consumir esse tipo de alimento, acrescente no seu prato vegetais, frutas (banana é ótima), alcachofra e temperos (gengibre, anis, ervas e sementes de erva-doce.
Como você pode observar, não é possível eliminar totalmente o mau odor dos puns por serem reações naturais do organismo. Mas você pode evitá-lo ou deixá-lo mais ameno dando mais atenção a alimentação e o modo de prepará-la. Se você sofre deste problema opte pelo consumo de mais vegetais, frutas e alimentos naturais. Evite os alimentos industrializados, comida congelada, enlatados, refrigerantes, etc.
Compartilhe este artigo com seus amigos. Afinal, querendo ou não, todo mundo solta PUM. O que varia é a qualidade dos gases intestinais. Viva leve e sem constrangimentos. Siga nossas dicas!
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Conteúdo exclusivo do livro Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel). Médico responsável Prof. Dr. Luiz Chehter. Gastroenterologista do setor de dispepsia da Escola Paulista de Medicina
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