Alívio para as dores: Para que servem os analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos

Alívio para as dores: Para que servem os analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos

A dor é uma sensação desagradável e pode significar desde sintoma ou consequência de alguma doença, ser ocasionada por lesão, ou simplesmente é o resultado de algum estímulo ou manifestação fisiológica do corpo.

Não importa as causas das dores, ela pode variar de leve a angustiante, e é uma condição que precisa ser tratada e investigada. Quando se manifesta esporadicamente ou por um período curto de tempo, é chamada de dor aguda.

Caso tenha duração prolongada, se estendendo por meses ou anos, é tratada como dor crônica. Este tipo de dor quase sempre está associado a um processo de doença crônica, como nos casos da artrite reumatoide ou dor oncológica, por exemplo.

A dor também pode ser recorrente. Ela vai e volta em situações específicas, e por um curto período, como acontece no caso das enxaquecas e cólicas menstruais.

Para o alívio da dor, normalmente, são utilizados os analgésicos. Esse tipo de medicamento entra na corrente sanguínea com a função de impedir que os receptores sensoriais alcancem o cérebro com a mensagem de dor. Ou seja, tem apenas a finalidade de mascarar a dor, mas não curam a doença caso ela exista. Dependendo da origem da dor, apenas os analgésicos já resolvem o problema sem a necessidade de outros medicamentos combinados ou tratamentos mais elaborados.

Normalmente, o efeito começa após 30 minutos da ingestão e por algumas horas, a dor cessa. Existem vários tipos de analgésicos: os opioides (mais fortes, derivados do ópio, como a morfina, codeína etc) e os não opioides (analgésicos comuns, vendidos sem receita médica).

Os analgésicos comuns respondem muito bem no tratamento da dor de intensidade leve a moderada. Caso a dor persista, um médico deverá ser consultado para diagnóstico e tratamento correto.

Na existência de inflamação, como nos casos de dores musculares ou cólicas, pode-se recorrer à outra classe de analgésicos, com substâncias anti-inflamatórias na composição. São os chamados anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), que além de aliviar a dor, combate a inflamação.

CAUSAS E TRATAMENTOS DAS DORES MAIS FREQUENTES NA POPULAÇàO

Dores de cabeça: as dores de cabeça têm causas variadas. Os tipos mais comuns são a enxaqueca e a cefaleia tensional.

A cefaleia tensional, como o próprio nome diz, tem relação direta com a tensão muscular. Desta forma, qualquer fator (estresse e posturas inadequadas, por exemplo) que leve à contração excessiva da musculatura da cabeça, poderá desencadeá-la. Normalmente, costuma ocorrer ao final do dia, ocasionando dor contínua, geralmente em peso, afetando mais frequentemente a região frontal. Nesta situação, é possível controlar a dor com analgésicos ou relaxantes musculares.
Leia artigo complementar: cefaléia ou enxaqueca?

Quanto à enxaqueca, a verdadeira causa ainda não é conhecida. Sabe-se que algumas pessoas apresentam fatores genéticos, hormonais, bioquímicos e funcionais que propiciam o desenvolvimento da dor. Os motivos desencadeantes mais comuns são o estresse, alimentos (vinho tinto, chocolate amargo, embutidos, queijo forte, glutamato de sódio), medicamentos (vasodilatadores, anticoncepcionais), jejum prolongado, ingestão de álcool, menstruação, odores fortes, falta ou excesso de sono. É um tipo de dor de cabeça caracterizado por crises de dor intensa, latejante, afetando, normalmente, apenas um lado da cabeça (apesar de também poder afetar ambos os lados).

A dor é provocada por um fenômeno complexo de vasoconstrição (estreitamento) e vasodilatação (alargamento) das artérias cranianas que desencadeiam a liberação de substâncias químicas que geram a dor. Existem medicamentos específicos para o controle da dor (analgésicos) e medicamentos preventivos para as crises de enxaqueca. Neste último caso, procure orientação médica.

A predisposição à enxaqueca é para toda a vida, embora ela possa desaparecer — são os denominados períodos de acalmia — para retornar após anos.Sabe-se também que as variações hormonais naturais na mulher predispõem ao seu aparecimento. Na menopausa, por exemplo, há um alívio ou desaparecimento da dor na maioria das mulheres que sofrem de enxaqueca (devido à queda do estrogênio).
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Febre: os antitérmicos (também chamados de antipiréticos) são medicamentos que agem para inibir a produção de prostaglandina, uma enzima que é ativada quando o corpo se depara com a invasão de bactérias e infecções. Excesso de prostaglandina eleva a temperatura corporal, desequilibrando o hipotálamo (responsável por regular a temperatura do corpo), resultando no que chamamos de febre. Mas nem sempre a febre é causada por infecção. Quando uma pessoa tem um câncer ou uma doença maligna ela pode ter febre e não ter a infecção. Nesta situação a febre ocorre porque o hipotálamo (glândula que controla a temperatura no corpo) está respondendo a uma ação manifestada por outros fatores.

Os antitérmicos constam na composição dos analgésicos comuns e de alguns anti-inflamatórios. Alguns deles: dipirona, paracetamol, AAS além do ibuprofeno, naxopreno (AINE). Vale esclarecer que os antitérmicos apenas regulam a temperatura corporal para aliviar o mal-estar enquanto se descobre ou combate às causas da temperatura alta, mas não curam a doença. Febre é sintoma e não doença.
Leia artigo complementar: temperatura baixa é mais alarmante que a alta

Cólica menstrual: no período da menstruação, o corpo produz uma substância chamada prostaglandina (ela de novo!). A prostaglandina é que faz o útero contrair para expulsar o endométrio (camada do revestimento interno do útero) que cresceu durante todo o ciclo esperando pelo óvulo. Ou seja, quando o óvulo não é fecundado, o endométrio tem que se desprender das paredes do útero e é a prostaglandina que entra em ação para que o útero se contraia e consiga expulsar esse endométrio para fora do corpo. A expulsão do endométrio é o que chamamos de menstruação. O estrogênio é hormônio responsável por estimular a formação do endométrio e a síntese de prostaglandina. Vê-se, desta forma, que o estrogênio está citado em várias situações desencadeadoras de dores, o que explica as causas hormonais nas diversas situações.

As cólicas, igualmente, têm razões variadas e dependem da sensibilidade de cada mulher. Miomas, pólipos, endometriose, doença inflamatória pélvica ou qualquer fator que obstrua a passagem do sangue predispõem à cólica menstrual fazendo com que o útero se contraia com intensos espasmos. O alívio da dor, normalmente, se consegue com antiespasmódicos ou os anti-inflamatórios (AINE) tipo ibuprofeno.
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Dor muscular: a dor muscular comum é devido à contratura de um músculo ou espasmos causados por movimentos bruscos, levantar objetos pesados ou de forma incorreta, estresse, tensão, ou situações que provocam contratura muscular como a cefaleia (dor de cabeça) tensional. Quando a dor se limita apenas a contratura muscular por tensão ou estresse, ela pode ser tratada a base de analgésicos e relaxantes musculares. Caso pince um nervo, pode causar inflamação e é necessário o uso de anti-inflamatório. Pomadas, géis e patch também são ótimas alternativas no tratamento complementar para o alívio da dor.
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Independente de alguns medicamentos serem comercializados sem receita médica, é fundamental não utilizá-lo indiscriminadamente. O uso abusivo de analgésicos pode criar tolerância e em longo prazo, há necessidade de doses cada vez mais altas para o alívio da dor. Estudos científicos sugerem que a crescente incidência de enxaqueca crônica na população, deve-se ao uso exagerado de analgésicos. Procure orientação médica para um tratamento preventivo. E jamais esqueça: a diferença entre o remédio e o veneno está na dose. Leia a bula do medicamento.

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