Mitos e verdades dos repelentes

Mitos e verdades dos repelentes

Não importa se é dia ou noite. Se você está dentro ou fora de casa. Os terríveis mosquitos necessitam de sangue humano para alimentar e amadurecer seus ovos. Por isso, só as fêmeas picam. As duas espécies mais urbanas são o Culex (conhecido como pernilongo) e o Aedes aegypti, transmissor da Dengue, Chikungunya, Zica e Febre Amarela.

O pernilongo é mais agitado, já chega fazendo barulho. O Aedes aegypti, apesar de ágil, é discreto e silencioso. Também é mais perigoso por ser capaz de transmitir doenças. Independente das diferenças, ambos conseguem dividir o mesmo espaço a espera de sua presa: se escondem atrás de móveis, entre cortinas e embaixo de mesas. Por isso, em bares e restaurantes ao ar livre, é comum você ser picado nas pernas ou nos pés.

No mercado brasileiro, há cerca de 130 repelentes registrados na Anvisa, com quatro substâncias ativas: DEET (o mais antigo), EBAAP ou IR3535 (mais seguro para menores de 2 anos), Icaridin ou Picaridin (maior tempo de duração), ou óleo de plantas do gênero Cymbopogon (citronela). Esses compostos agem formando uma barreira com odor repulsivo aos insetos, ou repelem os mosquitos por interferir no funcionamento dos receptores sensoriais de suas antenas. O tempo de ação depende da concentração e do princípio ativo do repelente. Observe o modo de usar no rótulo da embalagem. Para uso tópico (na pele), são comercializados em forma de gel, creme, loção, spray e óleo.

Por que algumas pessoas são mais picadas do que outras?

Pesquisas indicam que os mosquitos sentem-se mais atraídos por corpos mais quentes e que liberam maior quantidade de dióxido de carbono (gás carbônico) e/ou ácido lático.

• O ácido lático está presente no suor, portanto, exercícios ao ar livre, é um verdadeiro chamariz para os mosquitos;

• Um metabolismo mais acelerado também produz e libera maior quantidade de ácido lático.

Pessoas de maior porte, da mesma forma, exalam maior quantidade de gás carbônico na respiração.

Mulheres grávidas costumam ser mais atacadas. Durante a gestação elas se tornam mais quentes e liberam mais dióxido de carbono (gás carbônico eliminado na respiração).

• Se você não estiver usando repelente e estiver ao lado de alguém que o esteja, o alvo será você.

A MANEIRA CORRETA DE USAR O REPELENTE

1. Não aplique repelentes em bebês com menos de seis meses de idade. Pode provocar toxidade e alergia na pele. Vista-os com roupas compridas e utilize telas e mosquiteiros para a prevenção de picadas.

2. Dos seis meses aos dois anos, use com restrições. Verifique no rótulo as informações para a utilização correta, e certifique-se que o produto está indicado para a idade da criança. A ANVISA alerta que crianças menores de dois anos não devem usar repelentes contendo a substância ativa DEET.

3. Acima de dois anos: não permita que crianças apliquem repelentes sozinhas. Evite a área do rosto. Utilize apenas nas áreas expostas do corpo. A concentração da substância ativa deve ser no máximo 10%. É fundamental a leitura do rótulo.

4. Concentrações superiores a 10% da substância ativa, são permitidas para maiores de 12 anos.

5. Ocorrendo picadas antes do término do tempo de ação prevista na embalagem, reaplique o repelente. A aplicação deve se restringir, no máximo, a três vezes por dia.

6. Nas áreas expostas da pele, espalhe o repelente de forma homogênea. Não aplique nas mucosas (lábios, olhos e narinas) para evitar irritação. A ação costuma se irradiar para uma distância de até 4 centímetros, portanto, repelente aplicado na bochecha pode não proteger nariz e queixo. Lave as mãos após a aplicação.

Atenção: o excesso de repelente pode causar irritação e alergias na pele.

7. Lugares quentes e úmidos diminui a ação do repelente sendo necessária reaplicação.

8. Na praia ou na piscina: passe primeiro o protetor solar e, após cerca de 20 minutos, aplique o repelente. Faça essa operação antes de sair de casa para evitar que o suor impeça a absorção do produto. Bloqueadores que contenham repelentes tem eficácia reduzida.

9. Evite dormir com repelente no corpo. Utilize os de tomada. Mantenha-os perto de portas e janelas. Não durma próximo a ele: deve estar, no mínimo, a 2 metros de distância. No quarto das crianças, desligue o aparelho antes de dormirem. Também não é indicado na presença de pessoas asmáticas ou com alergias respiratórias.

10. Em ambientes sem ventilação, opte pelos repelentes que emitem ondas de ultrassom ou eletromagnéticas. Talvez seja necessário vários aparelhos para um resultado mais eficiente.

Contrário da picada do pernilongo que apenas causa incômodo ou alergia em pessoas susceptíveis, o Aedes aegypti pode causar doenças e até matar. Por isso, é importante ter consciência que a prevenção é o primeiro passo para sua proteção: comece eliminando recipientes e limpando locais que possam acumular água: são eles os maiores criadouros dos mosquitos.

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