Micose na unha: sintomas, causas e tratamento

Micose na unha: sintomas, causas e tratamento

Descolamento da unha com mudança na coloração é um sinal claro de micose causado por fungos. A infecção é chamada de onicomicose e pode atingir pessoas de todos os sexos e idade. Dependendo da extensão e de quantas unhas são acometidas, a cura pode demorar meses.

Este fungo se alimenta da queratina que forma a unha e, por isso, ela se descola. Começa pelos cantos, e no espaço descolado acumula restos da queratina, favorecendo o surgimento de bactérias. Ocorre com mais frequência nas unhas dos pés, já que ambientes úmidos, escuros e quentes favorece o crescimento dos fungos. A aparência da unha se torna amarelada e esbranquiçada tal como a foto.

Toda unha descolada, a causa é micose?

Não. Pancadas e traumas em unhas compridas, uso de calçados apertados, praticantes de futebol ou esportes que impactam os pés, pessoas com profissões que obrigam a permanecer muito tempo em pé são mais propensas a ter a unha descolada. Nesses casos, normalmente as unhas se tornam duras, grossas, escuras e podem, inclusive, doer. Leia também: Causas e tratamento da unha encravada

A Sociedade Brasileira de dermatologia cita outras situações que se assemelham a onicomicose:

Leuconíquia: descoloração esbranquiçada na superfície das unhas. Pode ser o início de uma micose ou decorrente do envelhecimento do esmalte próprio das unhas.

Destruição e deformidades: quando a unha fica frágil e quebradiça, o que pode levar às mais diversas deformidades.

Paroníquia: infecção conhecida popularmente como "unheiro" ou "mão de lavadeira". Geralmente é causada por um tipo de fungo (Candida), mesma que pode surgir em pacientes com corrimento vaginal. Apesar de ser um fungo oportunista, não é ele o "culpado" do surgimento desse tipo de problema, mas pode ajudar a piorar o quadro. Leia: Causas da candidíase oral, genital e no corpo

Inicialmente ocorre inflamação, com dor e vermelhidão da pele ao redor da unha. Isso acaba se tornando crônico e leva à perda da cutícula, que deixa de nascer. Com o tempo, a inflamação cede e há um aumento da pele dessa região, que se torna espessada e endurecida.

Nesse momento, começa a surgir alteração no formato da unha, que passa a crescer ondulada, com alterações na superfície e na cor. Essa inflamação da pele ao redor da unha (tecido periungueal) pode ser provocada por fungos e bactérias, mas a principal causa é a umidade constante da mão, principalmente em pessoas que manipulam muito a água e os produtos de limpeza.

Como tratar as micoses de unha?

Os tratamentos podem ser de uso local, sob a forma de cremes, soluções ou esmaltes. Em caso de acometimentos superiores a 30% de uma unha, ou de várias unhas ao mesmo tempo, é necessário também o tratamento via oral.

As alterações nas unhas podem ser uma manifestação de uma doença sistêmica. Idosos, pacientes com o sistema imunológico comprometido (pela aplicação de quimioterapia ou infecção por HIV, por exemplo), diabéticos, portadores de psoríase (leia o artigo), e quem faz uso de antibióticos doxiciclina também estão mais vulneráveis a desenvolver onicomicose.

Evite soluções caseiras como chás, vinagre, cânfora, fenol, soluções com sal ou alvejantes de cloro. Os sistemas branqueadores podem, até, piorar a situação.

O tratamento com acompanhamento do dermatologista é a melhor opção, pois apesar de não ser grave, é complexo e dificultoso.

Por que é tão demorada a cura para as micoses de unha?

Tudo depende da extensão do acometimento da unha e de quantas unhas estão acometidas. A unha é um anexo da pele que não tem irrigação sanguínea, desta forma a medicação vai agir na matriz da unha, durante o processo de formação da unha, principalmente na raiz.

O tempo para troca da lâmina ungueal acometida pelo fungo por outra que não está acometida (pois foi produzida sob efeito da medicação) é de aproximadamente 4 a 6 meses, dependendo do crescimento da unha. Em alguns casos o tratamento pode durar até 1 ano. A persistência e medidas preventivas são fundamentais para o sucesso do tratamento.

O que o médico poderá fazer para alcançar a cura definitiva?

O médico poderá retirar uma amostra do material presente embaixo da unha, para conhecer o tipo de infecção. Uma vez diagnosticada, ele irá prescrever medicamentos à base de itraconazol ou terbinafina para uso oral, um dos mais novos agentes medicamentosos fungicidas de eficácia comprovada. De 25% a 80% dos casos são curados.

Eventualmente, estes medicamentos podem causar rachadura na pele, dor de cabeça e sintomas gastrointestinais, embora a incidência de efeitos colaterais seja bem menor que com o uso das drogas mais antigas. Além disso, elas podem interagir com outros medicamentos prescritos para outros males, como os anti-histamínicos e remédios para baixar o colesterol.

O tratamento não é barato. Isso porque, além dos inúmeros exames de sangue necessários (principalmente os exames para monitoramento de uma possível e rara ocorrência de doença no fígado) o tratamento é prolongado, e dura, em média, quatro meses.

Os tratamentos com itraconazol, porém, podem reduzir este custo. Uma dose diária é receitada para ingestão, durante uma semana e interrompido por três semanas (75% de redução). É preciso lembrar, porém, que, mesmo com o tratamento, em 50% dos casos a infecção é recorrente.

Uma opção de medicação de uso tópico, aprovada pela FDA, contém ciclopirox e deve ser aplicado na unha afetada diariamente por mais de 48 semanas. A unha deve ser aparada semanalmente. O medicamento pode causar pequena irritação na pele, portanto, cuidado ao aplicá-lo. É mais barato que os remédios de uso oral.

Em alguns casos, quando a dor é extrema, o médico poderá recomendar a remoção da unha, embora só isso não vá resolver a infecção.

O que acontece se eu decidir não tratar a micose da unha?

Geralmente, a onicomicose é uma infecção inofensiva, de modo que o tratamento pode ser dispensado. Mas há quem queira tratá-la porque a dor e a aparência da unha muitas vezes incomodam. O melhor é evitar a micose com medidas preventivas.

Como evitar e prevenir?

• Manter as unhas sempre bem aparadas, sem pontas nos cantos. Se você tiver umas das unhas infectadas, reserve um cortador exclusivo para ela. Se você for diabético, deverá falar com o médico antes de cortar as unhas dos pés.

• Desinfetar os instrumentos de manicure e pedicure com um chumaço de algodão embebido em álcool. Deixar secar, por cerca de uma hora, antes de reutilizá-los.

• Verificar se o salão de beleza frequentado oferece estufa de esterilização.

• Lavar e secar bem as unhas das mãos e dos pés, não esquecendo de enxugar, principalmente, entre os dedos dos pés.

• Usar pó antifungo nos pés. Evitar o amido de milho: ao invés de ajudar, ele pode contribuir para o desenvolvimentos dos fungos.

• Calçar sapatos que arejem os pés e não pressionem os dedos. Evitar usar os mesmo sapatos sem um intervalo de, pelo menos, 24 horas. Evitar também as meias de nylon ou poliéster pois não absorvem a transpiração como as de algodão. Em lugares mais quentes, o uso de sandálias é um fator que previne o desenvolvimento da infecção.

Conteúdo do site Medicina Mitos e Verdades. Categoria de dermatologia. Médico responsável Prof. Dr. Luiz Carlos Cucé

Não tome medicamentos sem indicação médica. O intuito dessas informações é orientar o leitor para que procure ajuda do profissional qualificado e opte pela melhor forma de tratamento. Cada caso é um caso. A Medicina não é uma ciência exata.