Bebês e crianças: crescimento em centímetros por mês e ano

Bebês e crianças: crescimento em centímetros por mês e ano

Quantos centímetros o bebê e a criança crescem por mês e a cada ano? Qual o padrão considerado normal no desenvolvimento da estatura da criança?
O crescimento é um processo complexo que envolve múltiplos fatores. Apesar disso, a criança geralmente cresce de maneira muito previsível.

• O primeiro ano de vida é caracterizado pela maior velocidade de crescimento, principalmente nos primeiros seis meses, e representa cerca de 25 centímetros do nascimento ao primeiro ano de vida. Leia também: Problemas no desenvolvimento do bebê - 3 testes simples para você fazer

• De 1 até 3 anos de idade, a velocidade do crescimento tende a reduzir, com uma média de 15 centímetros por ano, durante este período. Nesta fase, os principais responsáveis pelo crescimento são os fatores ambientais e nutricionais.

Entre o terceiro ano de vida e o início da puberdade o crescimento é mais estável, aproximadamente 5 a 7 cm por ano e, nesta fase, os principais determinantes do crescimento são os fatores genéticos e hormonais.

• Na fase puberal, a aceleração do crescimento ocorre mais cedo nas meninas do que em meninos, mas é maior nestes últimos. Essa aceleração do crescimento que se denomina estirão da puberdade está relacionada, principalmente, aos hormônios sexuais e do crescimento.

Após o estirão, ainda ocorre um crescimento lento, de aproximadamente 1 a 1, 5 cm/ano, por mais três anos em média. Leia o artigo: A puberdade e o crescimento

O que determina o crescimento das crianças?

O crescimento é um processo complexo. Para que a criança atinja todo o seu potencial, muitos fatores estão envolvidos:
• Nutrição,
• Ausência de doenças crônicas,
• Sono adequado,
• Prática de exercícios moderada,
• Saúde emocional, entre outros.
Mas, o principal fator para determinar a altura de um adulto, é mesmo a genética. Cerca de 80% da estatura é determinada pelo tamanho dos pais.

Em relação à genética, não existe um gene do crescimento. São centenas de genes que interagem entre si e, contribuem cada um deles, com uma parcela maior ou menor para a estatura final. Atualmente, foram identificados 423 genes que interferem no crescimento.

A falta de sono realmente prejudica o crescimento ou é um mito?

É pura verdade o velho clichê dos pais: " Vai para cama dormir, senão você não cresce". Isso porque o hormônio do crescimento (GH) é produzido e liberado no organismo durante o sono, principalmente, ao longo da noite. A maior produção deste hormônio ocorre cerca de 30 minutos após dormir e no horário das 22 horas até a 6 da manhã.

Por isso, crianças que dormem pouco, podem apresentar déficit de crescimento, prejuízos na memória, irritabilidade, menor concentração e dificuldades de aprendizado.

Dormir de dia compensa a falta de sono da noite?

Não. Para a liberação do hormônio do crescimento, de nada adianta tentar compensar a pouca quantidade de sono noturna, dormindo toda a parte da manhã ou com "sonecas" a tarde. Dormir de dia, não produz o mesmo efeito. Por isso, é importante estabelecer horários para dormir e não permitir que os filhos durmam menos do que o suficiente.

Existe meios de saber por quanto tempo a criança ainda irá crescer?

A avaliação de quanto tempo ainda resta de crescimento é feita pelo exame de idade óssea realizando um Raio X de mãos e de punhos. Esse resultado é comparado com resultados que mostram os diversos padrões de amadurecimento dos ossos, ilustrando os detalhes de cada fase, desde o princípio quando os ossos vão surgindo, crescendo, se entrelaçando, até se unirem totalmente, quando o adolescente chega aos 18 anos de idade, indicando que não há mais espaço para crescimento.

Além de fatores genéticos, diversas situações caracterizadas por falta ou excesso de hormônios alteram a idade óssea.

Alguns fatores que aceleram a idade óssea:
• Obesidade,
• Puberdade precoce,
• Hiperplasia adrenal congênita,
• Hipertireoidismo, podem acelerar o ritmo de crescimento;

Os principais fatores que retardam a idade óssea:
• Deficiência de hormônio de crescimento,
• Hipotireoidismo,
• Atraso da puberdade,
• Excesso de glicocorticoide.

Saber a idade óssea de uma criança ou adolescente é importante para o diagnóstico e acompanhamento dos distúrbios de crescimento.

Existe alguma relação entre baixa estatura e obesidade?

Geralmente a criança que está obesa cresce até mais que o esperado. Mas isso não a tornará um adulto alto. A tendência é que ocorra um avanço da idade óssea, e no final, a criança obesa fica do tamanho esperado para o seu potencial genético.

Se uma criança tem redução da velocidade do crescimento, ao mesmo tempo em que ganha muito peso, é necessário ficar alerta. A combinação de obesidade com baixa estatura indica que algo mais complexo está ocorrendo, como deficiência no hormônio de crescimento, hipotireoidismo, excesso de glicocorticoides ou até mesmo, síndromes genéticas.

O uso de hormônio do crescimento em crianças de baixa estatura é perigoso? Vale a pena?

O uso do hormônio do crescimento, vale a pena, exclusivamente, na criança com baixa estatura e que apresente uma deficiência neste hormônio, corretamente documentada pelo endocrinologista pediatra, e com evidências claras de que isto esteja se constituindo em um fator importante para a baixa estatura. Usado desta maneira, o tratamento com hormônio do crescimento é bastante seguro. Leia também: O uso do hormônio GH para o crescimento

Conteúdo exclusivo do site e livro Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel). Categoria Pediatria. Médico responsável Dr. Cláudio Schvartsman: Vice-Presidente de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein; Chefe do Pronto Socorro do Instituto da Criança do HCFMUSP, Sociedade Brasileira de Pediatria