A idade da menopausa precoce
O que é considerado menopausa precoce?
A menopausa precoce é aquela que se instala, por definição, antes dos 40 anos de idade e atinge 1% das mulheres. Já a menopausa que acontece antes dos 45 anos de idade, é chamada de "Menopausa Cedo" e acomete 5% das mulheres. A Organização Mundial de Saúde (OMS), considera que uma mulher encontra-se na menopausa após a ausência consecutiva da menstruação por 12 meses. Segundo o Prof. Dr. Thomaz Gollop (autor do capítulo de ginecologia, genética e obstetrícia do livro MEDICINA MITOS E VERDADES - Carla Leonel), a biologia molecular contribuiu para explicar as causas da menopausa precoce:
• Trata-se, em alguns casos, de uma mutação (modificação) de um gene no cromossomo X (Síndrome de Turner e suas variantes);
• Uma outra causa seria a Síndrome de X Frágil, uma condição genética em que portadoras da alteração, em grau leve, teriam menopausa precoce, podendo haver casos na família de crianças com deficiência mental, que seriam os portadores da alteração plena;
• As causas autoimunes associadas a problemas de tireoide, como a tireoidite de Hashimoto e a Doença de Graves, também são descritas pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Doença de Graves é uma doença autoimune, que também gera uma anomalia no funcionamento da glândula tireoide - clique nos links azul e leia mais sobre as doenças assinaladas.
Em todos os casos de menopausa precoce é necessário um estudo na família da portadora para adequado aconselhamento genético”, aconselha o médico.
• Ooforites (infecções frequentes e repetidas do ovário).
• A menopausa precoce também pode ter causas externas, como por exemplo, pela cirurgia de retirada dos ovários (menopausa cirúrgica)ou por radiação e quimioterapia.
As manifestações dos sintomas na menopausa precoce são as mesmas da menopausa fisiológica: ondas de calor, parada da menstruação, secura da pele e distúrbios hormonais.
O tratamento envolve a terapia de reposição hormonal. Por tratar-se de um quadro patológico de instalação precoce, os cuidados deverão ser maiores no sentido de se evitar as consequências causadas pela falta dos hormônios e de manter a qualidade de vida da mulher. Portanto, mulheres que entram em menopausa precoce, apesar da relação risco/benefício, tem indicação de terapia de reposição hormonal, uma vez que elas têm risco 4 vezes maior de desenvolver doenças cardíacas e AVC, e 7 vezes mais chance de terosteoporose.
MITOS DA MENOPAUSA PRECOCE
• É um mito relacionar a menopausa precoce a traumas emocionais. Não estamos falando de falta de menstruação em decorrência de estresse emocional ou mudanças geográficas: não é incomum, por exemplo, em viagens de estudo para o exterior, que mulheres deixem de menstruar, à s vezes, durante o tempo que estão fora. No entanto, a menstruação volta a ocorrer quando elas retornam ao país de origem.
• A idade da menopausa não se correlaciona com a idade da primeira menstruação e, sim, com a idade com que a mãe e as irmãs da paciente entraram em menopausa. Há fatores que antecipam discretamente a menopausa em um ano como: fumo, laqueadura tubária e histerectomia (remoção do útero).
• Hoje em dia, é imprescindível falar de anorexia. As modelos que têm severas restrições dietéticas deixam de menstruar como mecanismo de defesa. O organismo defende-se desta forma, evitando mais uma perda energética - que é a perda de sangue pela menstruação. É importante ressaltar que a menstruação é uma situação normal, fisiológica e que as mulheres com boa saúde tem reservas mais do que suficientes para menstruar sem dano ao organismo.
Quanto a falta de menstruação causada pela anorexia, ela não é uma condição normal e muito menos caracterizada como menopausa precoce e sim apenas uma maneira que o organismo (que é sábio), encontra para se adaptar a perda energética e proteger as pacientes anoréxicas. Por isso elas param de menstruar.
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Matéria do livro Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel). Capítulo de ginecologia. Médico responsável Prof. Dr. Thomaz Gollop
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