O que é paralisia cerebral? Causas, sintomas e tratamento
É muito comum as pessoas pensarem em paralisia cerebral como uma doença que causa paralisação total das atividades físicas e mentais, o que não é verdade. A doença chamada também de encefalopatia crônica não progressiva atinge, normalmente, crianças de 0 a 2 anos. Estimativas indicam que 2 a cada 1000 bebês são afetados por esta patologia.
O que é paralisia cerebral?
A paralisia cerebral é uma doença neuromuscular, ou seja, que afeta o desenvolvimento do sistema nervoso central e do controle motor (os movimentos). É causada por uma lesão no cérebro com diferentes graus de incapacidade física e atraso mental. O cérebro, quando lesado, não se cura e deixa cicatrizes que, embora, não piore com a idade, invalida a região afetada.
A paralisia cerebral leva à morte?
Não. Apesar de ser uma doença incapacitante, ela não causa a morte. O doente pode sofrer espasmos, ter falta de coordenação, tremores, rigidez e dificuldades de visão, audição e fala, dependendo da área atingida pela lesão.
Quais as causas da paralisia cerebral?
O cérebro de crianças com paralisia cerebral pode ser lesado antes do nascimento, durante o parto ou na infância. São vários os fatores que podem provocar distúrbios no cérebro, tais como desenvolvimento deficiente das células cerebrais na fase embrionária, deficiência de circulação e falta de oxigênio no cérebro, traumatismos, icterícia grave, hemorragia, distúrbios patológicos, como doenças renais, incompatibilidade do fator Rh da mãe e do filho ou infecções da infância.
A incidência da paralisia cerebral pode estar relacionada também com a duração do parto, por maior ou menor dificuldade no nascimento. Os riscos são particularmente grandes quando o feto se apresenta de nádegas e nos casos de prematuros, pois o crânio de um prematuro é tão frágil que facilmente pode dar lugar a uma lesão cerebral. Como hoje em dia é maior o número de sobrevivência entre os prematuros, cresce a uma taxa constante a incidência de paralisia.
Crianças com paralisia cerebral tem deficiência mental ou apenas motora?
Ao contrário que muitos imaginam a paralisia cerebral, não representa deficiência mental. Porém, entre 50 e 70% das crianças afetadas apresentam retardado mental, em grau variado, motivo pelo qual essa anormalidade tem de ser levada em conta, na avaliação do problema global da deficiência mental. Vale dizer que crianças com paralisia cerebral podem ter a inteligência normal ou até acima do normal, tudo depende da região afetada e do tipo de lesão cerebral. Ás vezes, por problemas na fala ou audição, por exemplo, até aparentam um atraso mental que na verdade não existe.
Quais sinais e sintomas indicam a existência de paralisia cerebral?
Em recém-nascidos é mais difícil perceber a existência de paralisia cerebral e ela pode se manifestar com problemas de sucção e deglutição, assim como a falta de comunicação por meio da visão ou audição. O engatinhar e o andar também podem parecer tardios, além da dificuldade para sentar e manter o corpo ereto. A medida que a criança cresce, as dificuldades musculares são mais perceptíveis tais como: problemas de coordenação e equilíbrio, músculos subdesenvolvidos, movimentos rígidos ou involuntários, priorizar um lado do corpo, dificuldade de alcançar ou segurar um objeto, deitar-se de forma anormal, problemas intestinais e até convulsões.
Como tratar a paralisia cerebral? Existe forma de prevenir?
Até o momento presente não se conseguiu evitar nem curar a paralisia cerebral. Entretanto, as pesquisas e as tentativas de prevenção dessa doença têm progredido consideravelmente, e já se pode fazer muito em favor de uma criança que tenha essa doença caso o tratamento e o adestramento se iniciarem precocemente.
O tratamento varia de acordo com a causa e a gravidade da moléstia e, normalmente, é uma terapêutica multidisciplinar. Nos casos benignos, a criança pode receber um treinamento muscular (fisioterapia) e outros tratamentos especiais que lhe permitem levar vida relativamente normal. O treino dos movimentos musculares, o relaxamento e a terapêutica que visa corrigir defeitos de dicção são também essenciais. Qualquer tratamento de paralisia cerebral requer muita paciência e deve ser complementado por cuidados que, cada caso, individualmente, venha a exigir.
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