Hipertensão intracraniana: consequências

Hipertensão intracraniana: consequências

O que é hipertensão intracraniana?
Sabemos que o crânio adulto é uma caixa óssea que tem um volume constante e não pode expandir. Dentro do crânio temos um conteúdo normal sólido (o cérebro) e um conteúdo líquido (o líquido cefalorraquidiano dos ventrículos e o sangue dentro das artérias e veias). O aumento do volume de qualquer parte do conteúdo do crânio, eleva a pressão dentro da cabeça, comprime o cérebro e o tronco cerebral (centro da vida), dificultando a circulação no sistema nervoso, causando isquemia (deficiência de oxigênio por falta de circulação).

Esse aumento de pressão é chamado de hipertensão intracraniana e ocorre pelo aumento do conteúdo sólido (tumores e coágulos) ou líquido (hidrocefalia por aumento dos ventrículos e inchaço por dilatação dos vasos).

Sintomas da hipertensão intracraniana

A hipertensão intracraniana, inicialmente, causa dores de cabeça e vômitos. Mais tarde, a compressão do tronco cerebral, que contém os neurônios que nos mantêm acordados, causa sonolência progressiva até o estado de coma. Em seguida, ocorrerá a morte, por compressão dos centros reguladores cardíaco e respiratório no bulbo (parte mais baixa do tronco cerebral).

Causas e consequências da hipertensão intracraniana

A hipertensão intracraniana é o evento mais importante a ser tratado nos pacientes neurológicos graves. Assim, o aumento da pressão intracraniana, particularmente evidente na presença de tumores, coágulos ou hemorragia, comprime o encéfalo dificultando a circulação e desloca o tecido nervoso contra o tronco cerebral, que contém as funções vitais primordiais. É assim que os doentes neurológicos graves morrem.

Como se trata ou se controla a hipertensão intracraniana?

O primeiro passo é remover as lesões que estão crescendo dentro do crânio (tumores e coágulos), ou drenar os ventrículos se estiver ocorrendo a hidrocefalia (acúmulo de líquido dentro dos ventrículos). Essas medidas resolvem boa parte dos casos. Lembramos, entretanto, que o cérebro reage de uma maneira extremamente monótona a todos os tipos de agressão: ele incha. Assim, mesmo depois de removermos os processos expansivos ou tratarmos os fatores desencadeantes é comum o inchaço cerebral secundário elevar novamente a pressão intracraniana e causar as mesmas consequências.

No artigo anterior já explicamos como se trata o inchaço (edema cerebral) - clique no link azul para ler o artigo.Quanto a pressão intracraniana ela é controlada através de um monitor e, em geral, só é possível determinar as chances e o prognóstico dos doentes com a observação ao longo do tempo. Os casos mais simples são geralmente previsíveis, mas os casos mais graves terão uma evolução impossível de ser determinada de início.

Conteúdo do livro Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel). Perguntas e Respostas. Capítulo de neurologia. Médico responsável Prof. Dr. Milberto Scaff (Prof. Titular de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo/FMUSP).

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