Diferença e tratamento de tumor cerebral maligno, benigno e meningioma

Diferença e tratamento de tumor cerebral maligno, benigno e meningioma

No que difere, em termos de consequência e sequelas, um tumor cerebral maligno do meningioma ou tumor benigno?
Os tumores causam aumento da pressão intracraniana provocando cefaleia (dor de cabeça), vômitos e sonolência. Sempre que possível, os tumores são removidos cirurgicamente, total ou parcialmente, no caso de não se conseguir a remoção total. Quando necessário, realiza-se em seguida a radioterapia e/ou a quimioterapia. Leia artigo correspondente: Diferença de radioterapia e quimioterapia

Os tumores malignos não são curáveis, e vão reaparecer ou continuar crescendo, até que não possam mais ser controlados. Felizmente a medicina moderna oferece várias oportunidades para o tratamento dos tumores malignos.

Os tumores benignos são de vários tipos, entre eles o meningioma. Frequentemente são curáveis pela cirurgia, e resíduos cirúrgicos de remoção impossível ou de alto risco de manipulação podem ser tratados com técnicas modernas de radioterapia estereotáxica. Trata-se de um tratamento não invasivo com a administração de altas doses de radiação diretamente no tumor. Este tratamento é feito de uma até no máximo cinco sessões.

As sequelas dos tumores dependem das áreas cerebrais em que eles cresceram e das dificuldades durante o tratamento. As células do cérebro não se regeneram, e as sequelas variam de acordo com a área do cérebro que foi ressecada ou afetada. Se a lesão for na área que rege a visão, as alterações serão na área visual; se for na área da linguagem, as sequelas serão na fala; ou seja, o tipo de sequela corresponderá à área afetada. Vale salientar que a técnica microcirúrgica atual permite a remoção dos tumores, frequentemente, sem qualquer sequelas para o paciente.

Os tumores cerebrais costumam reincidir (reaparecer) após a cirurgia? Em quanto tempo isto pode acontecer? Existem meios para prevenir a reincidência?
Os tumores impossíveis de serem extraídos totalmente, que são normalmente os malignos, frequentemente reincidem. O tempo é variável e pode demorar meses ou anos, de acordo com o tipo de tumor, idade do paciente e tratamento instituído. O tratamento inicial adequado é a melhor prevenção da reincidência e, quando esta ocorrer, deverá começar um novo tratamento.

Qual a velocidade do crescimento dos tumores cerebrais? Quando é possível diagnosticá-los? É possível a existência de um tumor em um paciente que não apresente sintomas?
A velocidade é desconhecida e depende do tipo de tumor. Os malignos crescem mais rapidamente. No início do crescimento, em geral, não produzem sintomas. Tumores de crescimento lento podem atingir grandes volumes sem causar sintomas. Quando o quadro clínico se manifesta, pode ser em função do aumento da pressão intracraniana, provocando cefaleia, vômitos ou sonolência, ou ao acometimento de áreas do cérebro com funções específicas, o que determinará a variação da sintomatologia, de acordo com a localização da lesão. Leia o artigo: A velocidade do crescimento de tumores malignos e benignos

Conteúdo do livro Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel). Perguntas e Respostas em 22 especialidades médicas. Capítulo de neurologia. Médico responsável Prof. Dr. Milberto Scaff (Prof. Titular de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo/FMUSP).