Por que meu desodorante não faz efeito?

Por que meu desodorante não faz efeito?

O suor excessivo ou o mau cheiro nas axilas, nem sempre é descuido de higiene ou “desodorante vencido”. Também não tem relação com o sexo. Homens e mulheres podem sofrer deste problema. Leia o artigo completo: homens, escolha o melhor desodorante para você

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a hiperidrose (doença que provoca sudorese excessiva) atinge 176 milhões de pessoas no mundo. Quando possui o odor desagradável é chamada de bromidrose.

A bromidrose é um quadro que ocorre com mais frequência em determinadas raças por características próprias de constituição da derme. Negros e orientais são os mais atingidos. É influenciado também por questões nutricionais, ambientais e ocupacionais. Pode acometer da mesma forma os diabéticos, mulheres que apresentam alterações hormonais, quem faz uso de alguns tipos de antibióticos, por abuso de álcool ou alimentos que alteram o odor do corpo (pimenta, alho, cebola etc).

Já o excesso de suor (hiperidrose) é mais comum em pessoas com maior quantidade de pelos, pois além das glândulas sudoríparas espalhadas por toda a derme, cada pelo é constituído por uma glândula sudorípara adicional.

Também o estresse, a angústia e a tensão liberam mais adrenalina, o que provoca aumento da sudorese.

Alguns indivíduos podem ter apenas a hiperidrose, e outros a bromidrose. Mas normalmente, quem é acometido pelo excesso de suor acaba sofrendo também com o mau cheiro. A causa é a proliferação de bactérias que utilizam os componentes do suor, da glândula sebácea dos pelos, e restos celulares como substrato alimentar. Ao entrar em contato com os fungos e bactérias presentes na parte exterior da pele, provoca o mau cheiro.

Existem vários tipos de desodorantes no mercado e cada um deles tem uma finalidade específica. O tempo de ação também depende do produto. Observe o rótulo. Quanto as versões femininas e masculinas, a diferença está basicamente na fragrância, já que o suor tem influências multifatoriais e independe do sexo. O dermatologista Prof. Dr. Luiz Carlos Cucé, orienta a forma de uso e os cuidados necessários para prevenir o mau cheiro e/ou o excesso de suor.

Desodorante e antitranspirantes tem funções diferentes:

Desodorantes: agem apenas contra o odor do suor eliminando as bactérias que causam o mau cheiro. Nem todo desodorante é antitranspirante, mas todos antitranspirantes atuam também como desodorante.

Antitranspirantes e antiperspirantes: bloqueiam o ducto das glândulas sudoríparas diminuindo a produção do suor. São sinônimos e não apresentam diferença entre si. Indicado para homens e mulheres com suor excessivo.

Pessoas com tendência a furúnculos ou com pele sensível devem ficar atentas. Os antitranspirantes por reter o suor, podem obstruir os poros e provocar furúnculos.

Hipoalergênicos: baixo poder de causar alergia, o que não significa que não cause alergia.

MAU CHEIRO E HIGIENE

Quem apresenta o quadro de bromidrose não pode descuidar da higiene. A atenção deve ser redobrada, principalmente, no verão.

1. Tome pelo menos dois banhos por dia. As dobras existentes nas axilas têm capacidade de reter mais fungos e bactérias.

2. Se sentir mau cheiro e não puder tomar um banho, lave as axilas com água e sabão para depois passar o desodorante. Jamais aplique por cima das axilas cheirando mau.

3. Use sabonete antisséptico.

4. Seque bem as axilas. A umidade dilui os componentes do desodorante/antitranspirante.

5. Observe no rótulo o tempo de ação do produto. Reaplique uma hora antes para evitar o “desodorante vencido”. Lembre-se que ambientes quente, roupas abafadas ou excesso de movimentos podem reduzir o tempo de ação do desodorante.

6. Roupas sintéticas não absorvem a transpiração e, consequentemente, mantêm a umidade do suor nas axilas. É um “prato cheio” para as bactérias que causam o mau cheiro. Evite!

7. Mantenha-se depilada(o): pelos nas axilas são um ninho perfeito para as bactérias e fungos (o que explica porque os homens sofrem mais com o mau cheiro).

8. Não use antitranspirantes por períodos prolongados. Alterne com o desodorante para evitar alergias e dermatites. Use duas semanas de antitranspirante e descanse uma, aplicando desodorante.

9. Caso esteja usando corretamente o desodorante ou antitranspirante sem o efeito desejado, tente outra marca.

10. Uma dica que ajuda a potencializar o efeito do produto é aplicar leite de magnésia nas axilas antes do desodorante. Outra opção é, após o banho, passar bicarbonato de sódio nas axilas ainda molhadas. Não enxugue. Após secar naturalmente, passe o desodorante ou antitranspirante.

Clique no link e leia também: Como evitar o mau cheiro no corpo: desodorante íntimo, pés e corpo

TIPOS DE PELE

Peles sensíveis: evitar os antitranspirantes ou desodorantes com propriedades adstringentes.

Alérgicos: devem evitar o uso de produtos comerciais pois, além dos princípios ativos do desodorante/antitranspirante, existem conservantes e/ou fragrâncias que podem causar alergia. Para pessoas alérgicas é indicado o uso de produtos manipulados.

Pacientes com hiperidrose e/ou bromidrose que sejam alérgicos ou que tenham pele sensível, a alternativa é paralisar as glândulas sudoríparas por meio de injeções de toxina botulínica nas axilas. A aplicação é feita, normalmente, a cada seis meses. Diminuindo a sudorese, há uma redução na proliferação de bactérias.

Esportistas: algumas marcas oferecem ação extra para o corpo em atividade. Contrário de outros desodorantes e antitranspirantes que podem evaporar ao longo do dia, nestes, são acrescidos microcápsulas em sua fórmula que se rompem de acordo com seus movimentos. Proteção total durante a atividade física.

PRINCIPAIS FORMAS DE APLICAÇÃO

Spray/aerossol: práticos e refrescantes tem a vantagem de secar bem rápido. A desvantagem é que o excesso de pelos nas axilas pode impedir a absorção total.

Roll-on: rápida absorção e com duração superior ao spray. Pessoas com pele sensível devem evitar este tipo, pois pode provocar atrito na pele e favorecer o aparecimento de dermatite de contato. Não utilize sem estar com as axilas bem lavadas para não contaminar o aplicador com bactérias.

Creme: ideal para peles sensíveis. Tem o mesmo efeito do roll-on com a vantagem de não irritar as axilas por ser aplicado com as próprias mãos. Normalmente possuem hidratantes em sua composição. Lave as mãos antes de colocá-las no pote.

Stick: semelhante ao roll-on. Apenas não possui aplicador e tem a vantagem de secar mais rápido. A desvantagem é uma maior chance de deixar manchas brancas na roupa.

Veja mais artigos nas categorias de:
Beleza e bem-estar
Dermatologia
Esportes e Saúde do atleta

Veja também artigo relacionado: suor em excesso