Placenta prévia, causas e consequências

Placenta prévia, causas e consequências

Placenta prévia é a mesma coisa que descolamento prematuro da placenta? Há como evitá-la?
A placenta prévia é uma coisa e o descolamento prematuro da placenta é outra. Nenhuma das duas situações pode ser evitada. O normal é que a placenta se fixe em qualquer região do útero, desde que bem longe do colo (ver ilustração).

A placenta prévia é a que se fixa próxima ou na frente do colo do útero, oferecendo riscos de hemorragia e de parto prematuro. Quanto mais na frente do colo estiver a placenta, maior o risco de hemorragia, pois a placenta é um órgão altamente vascularizado e, estando na frente do orifício do colo do útero (o buraco por onde sai o bebê), pode promover hemorragias de maior ou de menor intensidade.

Quais os riscos para mãe e o bebê no caso de placenta prévia?

Os riscos, nesta situação é sempre maior pra mãe e depende da intensidade da hemorragia, caso ocorra. É mais perigoso quando se trata de placenta prévia total, já que com as contrações do trabalho de parto e o colo do útero fechado pela placenta, a hemorragia pode ser intensa, causando a morte da mãe. Por isso a necessidade de cesárea entre a 36º e 38º semanas,sem que a gravidez complete as 40 semanas.

Para o feto, os riscos decorrentes da placenta prévia são apenas os problemas da prematuridade caso o obstetra tenha que interromper a gestação com muita antecedência devido a princípio de hemorragia e o bebê ainda não esteja maduro.

Quais as causas da placenta prévia?

O principal fator de risco para placenta prévia é a cicatriz uterina anterior, e entre elas a principal é a cesariana anterior. Entre outras causas estão:

• Intervenções uterinas anteriores (miomectomia, curetagem, abortos);

• Vários partos ou curtos intervalos entre partos;

• Mães fumantes;

• Gravidez de gêmeos.

Como saber se tenho placenta prévia?

A placenta prévia é detectada no exame de ultrassom. Ocorre em uma a cada 200 gestações que chegam ao terceiro trimestre e é classificada de acordo com sua posição em relação ao colo do útero:

• Placenta Baixa (parcial): está localizada próxima ao colo do útero, sem atingi-lo;

• Placenta Marginal: atinge o orifício interno do colo do útero, sem recobri-lo;

• Placenta Completa (total): recobre totalmente o orifício interno do colo do útero.

Como é o sangramento nos casos de placenta prévia? Qual a conduta?

O sangramento da placenta prévia não causa dor a não ser que a mulher esteja em trabalho de parto. Normalmente ocorre no último trimestre da gravidez:

• É progressivo, de início e cessar súbito;

• Geralmente não é intenso mas, por vezes, é abundante e de cor viva;

• Em geral, o útero não está contraído e não há sofrimento fetal;

• Se a gestante tiver menos de 36 semanas de gravidez, deve ser internada num hospital com capacidade cirúrgica e mantida em repouso até que a hemorragia seja estabilizada. O repouso deve permanecer para permitir que o feto amadureça o suficiente evitando o parto prematuro.

• Na presença de sangramento intenso que leve a um risco materno ou fetal, a interrupção da gravidez é obrigatória, independente do tempo gestacional. O sangramento só para após o bebê ter nascido e a placenta removida. Isso requer intervenção para salvar a vida da mãe e do bebê, mesmo que o bebêseja prematuro.

Existe medida preventiva para evitar hemorragias em caso de placenta prévia?
Existem atualmente, técnicas de cirurgia endovascular que, utilizando equipes multidisciplinares, permitem que a gestação com placenta prévia chegue próxima ao termo e sem sangramentos intensos durante a cesárea, que está sempre indicada nestes casos.

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Fonte: Ministério da Saúde e conteúdo do livro Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel), capítulo de Obstetrícia. Médico responsável Prof. Dr. Thomaz Gollop.