Consequências e cuidados no mal de Parkinson

Consequências e cuidados no mal de Parkinson

A doença de Parkinson ou Mal de Parkinson, é uma doença degenerativa, crônica e progressiva. Ela ocorre pela perda de neurônios do Sistema Nervoso Central em uma região conhecida como substância negra (ou nigra). Os neurônios dessa região sintetizam o neurotransmissor dopamina, cuja diminuição nessa área provoca sintomas principalmente motores. Entretanto, também podem ocorrer outros sintomas, como depressão, alterações do sono, diminuição da memória e distúrbios do sistema nervoso autônomo.

Os principais sintomas motores se manifestam por tremor, rigidez muscular, diminuição da velocidade dos movimentos e distúrbios do equilíbrio e da marcha, já descritos no artigo anterior. Sabe-se que os sintomas da doença devem-se a degeneração dos neurônios da substância negra, mas na maioria das vezes, é desconhecido o motivo que leva a essa degeneração.

Alguns fatores podem desencadear a síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo. São eles:

• Uso exagerado e contínuo de medicamentos: um exemplo de substância que pode causar parkinsonismo é a cinarizina, usada frequentemente para aliviar tonturas e melhorar a memória. A cinarizina pode bloquear o receptor que permite a eficácia da dopamina.

• Trauma craniano repetitivo: os lutadores de boxe, por exemplo, podem desenvolver a doença devido as pancadas que recebem constantemente na cabeça. Isso pode afetar o bom funcionamento cerebral.

• Isquemia cerebral: quando a artéria que leva sangue a região do cérebro responsável pela produção de dopamina entope, as células param de funcionar. (Clique no link e leia artigosobre o AVC )

• Frequentar constantemente ambientes tóxicos: indústrias de manganês (de baterias por exemplo), de derivados de petróleo e de inseticidas.

Uma vez diagnosticada a doença de Parkinson , uma série de cuidados são muito importantes:

• A manutenção de uma atividade física regular é fundamental. Existem estudos que demonstram que atividade física regular diminui a velocidade de evolução da doença, além de aumentar a sensação de bem estar do paciente.

• Os pacientes parkinsonianos têm maior tendência a quedas. Por essa razão eles devem ser orientados no sentido de tomarem cuidados redobrados ao subirem escadas ou andarem em terrenos irregulares, por exemplo. Mesmo em casa, modificações devem ser feitas no sentido de evitar acidentes (tapetes que deslizem facilmente devem ser retirados).

• Os hábitos saudáveis também devem ser estimulados. Alimentação regular e rica em fibras deve ser orientada porque a obstipação intestinal é bastante frequente já que os movimentos do intestino também passam a funcionar de forma mais lenta. Acúmulo de saliva ou alimentos na boca também pode ocorrer, uma vez que os músculos da deglutição passam a trabalhar mais devagar. Orientar a mastigação correta para prevenir distúrbios digestivos. Quanto mais triturados os alimentos chegarem ao estômago, mais fácil e proveitosa será a digestão e a absorção dos nutrientes.

• O álcool e o cigarro devem ser evitados, embora existam alguns estudos epidemiológicos afirmando que o tabagismo previne contra a doença de Parkinson.

• O tratamento medicamentoso é o mais importante. Existem vários tipos de tratamento, porém, em todos, o que mais se almeja é aumentar a atividade dopaminérgica no sistema nervoso central.

• Em situações excepcionais, nas quais não existe controle adequado do quadro parkinsoniano, tem sido preconizado o tratamento cirúrgico, que pode ser feito de várias formas, de acordo com o quadro clínico do paciente. É, porém, medida totalmente de exceção.

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Conteúdo do livro MEDICINA — MITOS & VERDADES (Carla Leonel ). Perguntas e Respostas. Capítulo de neurologia. Médico responsável Prof. Dr. Milberto Scaff (Prof. Titular de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo/FMUSP).