Causas e sintomas do edema pulmonar

Causas e sintomas do edema pulmonar

Edema pulmonar é o aumento do conteúdo de fluídos no pulmão, consequência da passagem de líquido do vaso sanguíneo (capilar pulmonar) para o interstício pulmonar (espaço que limita os vasos, alvéolos e bronquíolos terminais) - veja a ilustração. Nessas circunstâncias, há uma acentuada congestão pulmonar ou aumento do líquido que, quando atinge difusamente ambos os pulmões, recebe o nome de edema pulmonar ou congestão.

Causas do Edema Pulmonar
Na maioria das vezes, o edema pulmonar é consequência da falência cardíaca, especialmente à falência funcional do lado esquerdo do coração. Quando o coração não funciona bem, o sangue acumula-se nos pulmões. Todas as doenças capazes de reduzir a função do coração podem determinar insuficiência cardíaca e, desta forma, provoca o aumento da pressão intravascular, facilitando a transudação (passagem de líquido por força de um aumento da pressão do sangue) para os alvéolos. Os alvéolos representa a parte funcional do pulmão, que permite as trocas gasosas para a oxigenação do sangue.

Excepcionalmente, o edema pode ocorrer por aumento da permeabilidade capilar, condição em que há uma exagerada passagem de líquido em decorrência de uma alteração anatômica ou funcional da permeabilidade da membrana alvéolo capilar. A diminuição das proteínas circulantes no sangue, seja por problemas nos rins ou no fígado pode determinar o edema pulmonar. Quando o nível de proteína no sangue diminui, há uma tendência de acúmulo de líquidos nos pulmões. Nesses casos, o nível da pressão é normal.
• Reações alérgicas por uso de medicações (reações anafiláticas agudas);
• O uso de narcóticos para dor (morfina, por exemplo) ou de certas drogas (heroína, nitrofurantoína);
• Inalação de fumaça, de gases irritantes, ou de outras substâncias tóxicas;
• Acidentes traumáticos graves com o comprometimento do sistema nervoso central;
• Radioterapia para tumores do tórax;
•Mudança brusca de altitude, da baixa para alta.

Sintomas do Edema Pulmonar
• Predomina a falta de ar. Há uma acentuada redução da área de trocas gasosas em decorrência da presença de líquido, o que dificulta a oxigenação do sangue. Dessa maneira, além da necessidade de um maior esforço para respirar, o nível de oxigênio se reduz.
• Na dependência da intensidade do edema, a falta de ar pode se apresentar apenas devido a grandes esforços ou, em casos extremos, mesmo estando em repouso.
• A tosse pode estar presente, não sendo, porém, um fator de importância.
• Nos casos mais graves, se houver expectoração, ela costuma ser rosa, exteriorizando a contaminação com sangue em decorrência da passagem de hemácias.

Consequências
• Se não houver reversão do quadro e o mesmo se mantiver, haverá uma progressiva deterioração funcional, evoluindo o paciente inexoravelmente a óbito. Assim, caso o edema seja decorrente de uma falência aguda, causado, por exemplo, por um enfarte de miocárdio, as consequências do edema dependerão da evolução desse enfarte.
• Se for um processo que evolui progressivamente por deterioração da função miocárdica que não responda pelo tratamento como nas miocardiopatias (lesão do músculo cardíaco), a consequência pode ser a necessidade de um transplante cardíaco.
• Na maioria das vezes, dependendo do fator que causou o edema, com o tratamento adequado consegue-se reverte o processo e o paciente retorna a seu estado normal.

Sequelas
Em geral, não deixa sequelas. Caso a regressão seja total, o paciente retorna ao seu estado normal.

Tratamento
Não há indicação de tratamento pulmonar específico. A terapêutica deve ser dirigida à causa que determinou o episódio de edema.

Conteúdo do livro Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel). Perguntas e Respostas em 22 especialidades médicas. Capítulo de pneumologia. Médico responsável: Prof. Dr. Francisco Vargas, Prof. Titular da Disciplina de Pneumologia da USP.

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