Calvície tem cura

Calvície tem cura

A calvície, ou alopecia androgenética, como o nome já diz, é de predisposição genética. Existe uma enzima para hormônios andrógenos nos folículos dos pelos chamado 5-á redutase tipo II, que transforma a testosterona em dihidrotestosterona e, a longo prazo, leva a miniaturização dos folículos capilosos. Já se sabe que homens que não tem a enzima 5-á redutase II, não vão apresentar a calvície.

Em mulheres com doenças que apresentam sinais clínicos de hiperandrogenismo (aumento de andrógenos - hormônio masculino - no sangue), tipo síndrome do ovário policísticos, tumores virilizantes etc. podem desenvolver calvície de padrão semelhante ao masculino.

Existem medicações para inibir a ação da 5-á redutase (finasterida) que pode estimular a fase de crescimento dos cabelos e frear o curso da doença enquanto são usados. Há também cirurgia para implantes de cabelos, retirados da região occipital, onde os folículos não têm a enzima 5-á redutase.

Segundo o Prof. Ivo Pitanguy (autor do capítulo de cirurgia plástica do livro Medicina Mitos e Verdades - Carla Leonel), atualmente, a cirurgia para correção da calvície, mais conhecida como transplante capilar (ou de cabelo), proporciona excelentes resultados em termos de naturalidade e densidade. Já é coisa do passado o aspecto conhecido como “cabelo de boneca”. Extensas pesquisas sobre a biologia do folículo piloso permitiram o desenvolvimento da técnica atual: o transplante folicular.

Estudos científicos comprovaram que o cabelo da região posterior da cabeça (região da nuca) permanece ao longo da vida do indivíduo (são cabelos permanentes). Desta forma, na cirurgia do transplante capilar retira-se um segmento (ou faixa) desta região (chamada de área doadora) e, com a ajuda de lentes de aumento e microscópios, preparam-se centenas de enxertos foliculares. Estes são transplantados para as áreas receptoras (áreas calvas). Na região doadora, permanece uma cicatriz muito discreta e imperceptível e, após a primeira semana, não causa mais desconforto. Os pontos da cicatriz são retirados depois de 10 dias.

Este procedimento é realizado com anestesia local e uma leve sedação, que é ministrada pela equipe de anestesia. Não há qualquer risco nesta cirurgia, e o paciente não sente dor ou outro desconforto. Este descanso durante a cirurgia também é necessário para manter o paciente tranquilo, permitindo que o cirurgião realize este procedimento (que é bastante minucioso) sem interrupção. Normalmente, o paciente retorna para casa no mesmo dia (sistema day clinic), mas poderá dormir na clínica se assim desejar.

É necessário aguardar o período de um ano para ver o resultado final do transplante, uma vez que o cabelo transplantado passa por uma fase de repouso e só irá começar a crescer após 3 meses da intervenção cirúrgica. Após um ano da cirurgia, o cabelo deverá estar com o comprimento que permitirá ao paciente apreciar o resultado. Após este prazo, o paciente poderá planejar uma segunda etapa para dar maior densidade a área implantada.

É importante ressaltar que o procedimento de implante capilar está indicado não somente nos casos de calvície, mas também em casos de cirurgias reparadoras, tais como reconstrução da costeleta após uma cirurgia de face, assim como também em reparação de áreas cicatriciais do couro cabeludo, bigode e supercílio por trauma ou queimaduras.

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Fonte: Prof. Dr. Ivo Pitanguy é Prof. Titular dos Cursos de Pós-Graduação e Mestrado da PUC-RJ e do Curso de Pós-Graduação Médica Carlos Chagas; Membro Titular da Academia Nacional de Medicina e autor do capítulo de cirurgia plástica do livro Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel). Artigo do livro.