Aneurisma cerebral
O aneurisma cerebral é uma dilatação em forma de bolsa que ocorre na bifurcação das artérias, como consequência de uma fraqueza congênita ou adquirida de suas paredes que, submetidas a pressão durante a vida, podem sofrer rupturas espontâneas. Essa pequena bolsa cresce e tende a sangrar, principalmente durante a quinta ou sexta década de vida.Nesta situação é caracterizado a Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVC), conhecido popularmente como derrame.
Em geral, o aneurisma é uma lesão assintomática, ou seja, não apresenta sintomas, sendo portanto apenas descoberto por ocasião do primeiro sangramento, que, se intenso, pode ser fatal. O aneurisma cerebral não é, na maioria das vezes, uma doença familiar ou hereditária.
O neurologista Prof. Dr. Milberto Scaff alerta que o sintoma principal ocorre no momento da ruptura e início do sangramento, e é representado, fundamentalmente, por forte dor de cabeça de início súbito, seguida de vômitos. Em seguida, podem advir sintomas neurológicos difusos, como confusão mental ou sonolência; ou localizados, como sintomas oculares ou motores. Dependendo da intensidade do sangramento para as meninges, o paciente pode permanecer sonolento ou evoluir para um estado de coma. A intensidade dos sintomas é proporcional ao sangramento inicial.
O diagnóstico da hemorragia é feito pela tomografia computadorizada da cabeça, e o aneurisma é localizado e estudado pela angiografia cerebral por cateterismo, semelhante ao cateterismo cardíaco. Uma técnica de ultrassom chamada Doppler transcraniano tem sido usada para diagnóstico precoce do espasmo arterial, levando a um melhor controle do mesmo e diminuindo as chances de sequelas.
O tratamento do aneurisma é cirúrgico, exceto se a operação não puder ser realizada por características peculiares a determinado doente. Tal tratamento cirúrgico pode ser feito de forma endovascular, chamado embolização do aneurisma ou através de uma microcirurgia com clipagem do aneurisma.
A microcirurgia para clipagem do aneurisma é uma técnica delicada que consiste no fechamento da bolsa do aneurisma com um clipe metálico. Em ambos os tipos de tratamento, os riscos cirúrgicos não são grandes e dependem, basicamente, das características de cada aneurisma, do estado clínico do doente e da experiência do cirurgião.
O grande avanço no tratamento recente dos aneurismas cerebrais é a possibilidade de tratamento por via de cateterismo das artérias cerebrais e entupimento do aneurisma através do uso de “molas”. Esse tratamento, chamado endovascular, pode evitar a necessidade de neurocirugia em alguns casos.
Conteúdo do livro Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel ). Perguntas e Respostas. Capítulo de neurologia. Médico responsável Prof. Dr. Milberto Scaff (Prof. Titular de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo/FMUSP).
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