Piolho no cabelo: causas, sintomas e tratamento

Piolho no cabelo: causas, sintomas e tratamento

São três as espécies de piolhos que podem contaminar o corpo humano e causar doenças: o piolho da cabeça, o piolho do corpo e o da região pubiana. A infestação por piolhos recebe o nome de pediculose e todos são transmissíveis pelo contato direto com a pessoa infestada. Neste artigo vamos falar sobre os piolhos da cabeça.

Identifique o piolho e as lêndeas

O piolho da cabeça é especialmente comum entre crianças e se propaga rapidamente. Este tipo de parasita sugador chamado de Pediculus humanus capitis, vive apenas entre os cabelos da cabeça e couro cabeludo. Apesar de pequeno, é bem visível e tem cor cinza-acastanhada - veja a ilustração. Os ovos são chamados de lêndeas e representam aqueles pontinhos brancos que você vê agarrados no fio de cabelo. Os piolhos, por sua vez, caminham no couro cabeludo onde se reproduzem.

Como o piolho se multiplica?

O piolho deposita seus ovos (lêndeas) que se fixam fortemente ao fio do cabelo. Entre 7 a 10 dias após a postura, o ovo se abre e libera o bebê piolho que atinge a fase adulta em aproximadamente mais 10 dias. A partir disso, eles têm um ciclo de vida que dura 30 dias. Durante este período, se acasalam, sendo que cada fêmea é capaz de produzir de 150 a 300 ovos. Por isso, ao primeiro sinal de piolho na cabeça, deve-se iniciar rapidamente o tratamento para evitar esta poderosa multiplicação. O sintoma predominante é a coceira.

A coceira é causada pelo piolho andando na cabeça?

Não. A coceira é uma reação do nosso corpo pelas enzimas presentes na saliva do piolho. Para se reproduzir, ele necessita do sangue presente nos vasos sanguíneos do nosso couro cabeludo. Ao sugar o sangue, ele elimina substâncias presentes em sua saliva que se manifestam por uma intensa coceira.

O piolho pula de uma cabeça para outra? Qual a forma de transmissão?

Também não. Apesar de ser um inseto, o piolho não voa. Ele não possui asas e, diferente da pulga, não tem pernas para pular. A única forma de ser contaminado pelo piolho é pela transmissão direta por meio de compartilhamento de objetos pessoais como escova, pentes, presilhas, bonés, etc, ou em um abraço, por exemplo, onde os cabelos se encostam um no outro. Diferente das lêndeas que ficam coladas no fio do cabelo, o piolho pode ser carregado pelo vento porque é leve. A infestação por piolho se torna altamente contagiosa e a transmissão é muito fácil em locais com aglomerações como escola e creches.

O piolho está associado à falta de higiene dos cabelos?

Não, isto é mito. Piolho gosta de cabelo limpo. Qualquer pessoa pode ter piolho desde que compartilhe objetos com alguém que esteja com o ectoparasita. As lêndeas, porém se fortalecem em ambientes quentes, escuros e úmidos. Estudos indicam que o piolho infecta a população há pelo menos 10 mil anos. É considerado uma praga e jamais ficaremos livres deles.

Como tratar e eliminar as lêndeas e os piolhos da cabeça?

O uso diário de um pente fino é indispensável. Divida os cabelos em partes e com um algodão, umedeça cada mecha com uma mistura de 50% de vinagre, diluído em 50% de água morna. Depois penteie da base até o final do fio. Esta recomendação é importante pois a lêndea não se soltará caso o pente não seja passado até a ponta final do cabelo. Repita a operação diariamente. Essa receita caseira é segura e não traz riscos à saúde. Para matar os piolhos, compre produtos destinados a esta finalidade nas farmácias. Observe a bula do produto e o modo de usar.

Qual é o risco de se utilizar métodos alternativos de combate ao piolho tal como inseticidas ou tinturas de cabelo?

Nenhum tipo de produto deve ser utilizado sem recomendação médica. O couro cabeludo funciona como uma espécie de esponja que absorve o que é aplicado na cabeça. Portanto, é preciso ter cautela.

As tinturas de cabelo e os inseticidas podem até matar os piolhos, mas não eliminam as lêndeas. Além disso, esse tipo de material contém substâncias tóxicas que podem provocar lesões e infecções na criança.

Outro erro comum consiste no uso de plantas, comumente associado a tratamentos naturais. Contudo, seu uso indevido pode gerar alergias e também deve ser evitado.

Fonte: Livro medicina mitos e verdades (Carla Leonel) capítulo de dermatologia. Médico responsável prof. Dr. Luiz Carlos Cucé; Fundação Oswaldo Cruz