Apneia e parada respiratória durante o sono: causas, sintomas e consequências

Apneia e parada respiratória durante o sono: causas, sintomas e consequências

Quanto tempo de interrupção da respiração durante o sono que caracteriza a apneia?
Apneia quer dizer: interrupção da respiração. Esta palavra vem do grego: “vontade de respirar”. Hoje em dia, o que se comenta muito é a respeito da apneia obstrutiva do sono, ou seja, a interrupção da respiração, por mais de 10 segundos, durante o sono.

Que tipo de pessoa esta mais predisposta a ter apneia do sono? Quais as causas?

A apneia obstrutiva do sono pode ocorrer em qualquer idade, mas seu pico de incidência situa-se entre os 40 e 50 anos de idade. A obesidade é o principal fator de risco e aproximadamente 2/3 dos pacientes com apneia são obesos. Atinge com mais frequência o sexo masculino em uma proporção de 8 a 10 do que o sexo feminino.

As mulheres com apneia, normalmente, estão na fase do climatério, o que sugere influências hormonais para esta patologia. Acredita-se, também, que fatores genéticos contribuem para o surgimento da apneia visto que várias pessoas da mesma família sofrem deste mal.

Outras causas da apneia estão relacionadas a aumento das amigdalas ou adenoides, desvio de septo nasal, pacientes com hipertensão arterial, sinais de hipotireoidismo e problemas anatômicos no céu da boca ou na mandíbula.

Que mecanismo do corpo provoca apneia obstrutiva? Como acontece?

A apneia acontece porque, em alguma região do aparelho respiratório alto, principalmente na faringe e/ou nariz, ocorre uma obstrução à passagem do ar, acarretando um esforço (dificuldade) para respirar. Nesses casos, os músculos respiratórios da caixa torácica trabalham com maior intensidade para aumentar a pressão inspiratória e vencer a obstrução. Isto proporciona uma maior vibração dos tecidos moles das paredes da faringe, causando o ronco.

Quando a obstrução é forte e a pressão inspiratória aumenta de forma considerável, pode ocorrer um fechamento dessas paredes moles do aparelho respiratório alto, causando, além do ronco, uma verdadeira pausa ou interrupção da respiração, ou seja, uma apneia.

Pessoas com apneia obstrutiva sofrem com a fragmentação do sono e o prejuízo dos estágios mais profundos do sono não-REM fundamental para o restabelecimento orgânico, físico e mental. Porém, eles não se recordam e a apneia é percebida apenas pelo cônjuge ou companheiro de quarto.

Apneia é grave? Quais as consequências?

A apneia obstrutiva é considerada um problema grave, pois o esforço continuado para respirar e a pausa respiratória com a diminuição da oxigenação dos tecidos sobrecarregam o coração e promovem sofrimento do sistema nervoso central. Como consequência, há um sono fragmentado não reparador, sonolência, falta de concentração e irritabilidade durante o dia, promovendo diminuição do rendimento intelectual, alteração do ritmo de síntese hormonal, com diminuição da liberação do hormônio de crescimento e dificuldade para emagrecimento, instalação de hipertensão arterial e aumento das taxas de infarto do miocárdio.

Dores de cabeça frequentes e diminuição da libido também são relatadas por estes pacientes. Portanto, a apneia deve ser tratada.

Como é feito o diagnóstico?

Odiagnóstico é detalhadamente estudado por meio de polissonografia, que avalia toda a arquitetura do sono e quantifica o esforço respiratório.

Os casos leves, muitas vezes, podem ser contornados através de emagrecimento, atividade física regular e controle da obstrução nasal e/ou faringe, quando existente, com tratamento clínico ou cirúrgico.

Nos casos mais severos, além das medidas já descritas, deve-se utilizar os aparelhos de pressão positiva respiratória, conhecidos com a sigla CPAP. No momento que começa a inspiração do ar, esses equipamentos liberam um jato de ar com pressão calculada individualmente, que ajuda a vencer a obstrução e permite a respiração com esforço mínimo.

Conteúdo do livro Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel ). Perguntas e Respostas em 22 especialidades médicas. Capítulo de Otorrinolaringologia. Médico responsável Prof. Dr. Oswaldo L. Mendonça Cruz (MD Affiliate Professor. Division of Otology&Neurotology. Departamento de Otorrinolaringologia Universidade Federal de Sao Paulo - Brasil).

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