Anestesia em casos de emergência

Anestesia em casos de emergência

Quais os riscos da anestesianos pacientes em situações de emergência?
Certos procedimentos cirúrgicos ou diagnósticos exigem anestesia; portanto, ela precisa ser realizada. No entanto, deve-se observar se as condições clínicas do paciente são favoráveis. Do contrário, é conveniente equilibrá-las antes de submetê-lo a cirurgia. Essa é a situação ideal. Porém, em muitos casos, a progressão da doença a ser tratada pela operação oferece risco tão alto que se torna impossível aguardar o tratamento de problemas clínicos associados. Nesses casos, realiza-se a anestesia em condições menos favoráveis.

Outras circunstâncias exige que a cirurgia seja feita imediatamente pois se houver demora coloca em risco a vida do paciente. O anestesista, neste caso, terá que estar preparado para realizar as intervenções necessárias para que o procedimento seja realizado. O que não se pode fazer é deixar de realizar uma cirurgia de emergência. Suponha que o paciente tenha acabado de se alimentar e sofra um acidente sendo necessária cirurgia no abdome ou em região do corpo onde não seja possível optar pela anestesia local ou regional. O anestesista terá que fazer a anestesia geral, aplicando algumas técnicas especiais destinadas a reduzir o risco de eventual regurgitação e aspiração do conteúdo do estômago para os pulmões. Esta é uma das grandes preocupações neste tipo de cirurgia pois existe o risco de obstrução respiratória e morte. O anestesista também terá que optar pelo uso de drogas que diminuam a hipertensão intracraniana e a depressão miocárdica.

Em uma avaliação de emergência o foco estará em regiões do organismo onde ocorrem os principais fenômenos indispensáveis para a sobrevivência e que determinam a falência múltipla de órgãos: neurológico, cardiovascular, renal, hepático, pulmonar e coagulação.

Sistema Respiratório: observar se a respiração está espontânea ou não.Verifica-se a ventilação, analisando ritmo e profundidade das incursões respiratórias. Analisa-se também a presença de dispneia (falta de ar) ou cianose (coloração azulada da pele ou das mucosas - dedos e lábios - causada pela falta de oxigênio nos tecidos) e a existência de doenças pulmonares obstrutiva crônicas - clique no link e leia artigo sobre tipos e frequências respiratórias

• Sistema Cardiovascular: palpar pulsos periféricos avaliando frequência, ritmo e amplitude.Verificar pressão arterial e proceder a ausculta cardíaca. Estar atento a possíveis traumas cardíacos diretos, contusos ou perfurantes, podendo evoluir a tamponamento cardíaco a consequente Tríade de Beck (conjunto de três sinais médicos associados que sinaliza acumulo de fluído em torno do coração, no espaço pericárdico, limitando a capacidade cardíaca de bombear sangue) - leia também sinais vitais e alterações do pulso

• Sistema Nervoso Central: observar ferimentos em região craniana, nível de consciência, tamanho e reatividade das pupilas. A Escala de Coma de Glasgow permite uma estimativa da gravidade da disfunção neurológica.

• Coluna Cervical: presença de rouquidão, estridor, dor e incapacidade de movimentação dos membros são sinais que podem caracterizar uma lesão cervical. Em suspeita de trauma na coluna cervical, a vítima irá apresentar pele seca, pulso lento e, em alguns casos, paralisia.

• Abdome: avaliar o grau de distensão abdominal.

• Lesões em bacia e coxa podem provocar importantes hemorragias.Uma perda sanguínea de 20% já faz com que haja uma taquicardia, elevando o pulso a 120 bpm.- clique no link azul e leia informação complementar - choque hipovolêmico

A realização de anestesias em casos de urgência ou emergência requer habilidade, espírito de equipe e experiência. São fundamentais as trocas constantes de informações com a equipe de cirurgiões.

Clique no link azul para ler artigos complementares a esta matéria:
A responsabilidade do anestesista na cirurgia
Como o corpo reage aos anestésicos
Tipos de choques - como socorrer um paciente em estado de choque